O Brasil alcançou um marco histórico ao se tornar, pela primeira vez, o maior exportador de algodão do mundo, superando os Estados Unidos, que lideraram o mercado por mais de duas décadas. Com uma produção recorde de 3,7 milhões de toneladas na safra 2023/2024, o país exportou cerca de 2,7 milhões de toneladas de algodão beneficiado, consolidando sua posição de destaque no cenário global.
Esse avanço significativo é resultado de investimentos contínuos em tecnologia, práticas agrícolas sustentáveis e melhorias na qualidade da fibra. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) destaca que a qualidade do algodão brasileiro evoluiu em características como resistência e comprimento, embora ainda seja necessário aprimorar o índice de fibras curtas e reduzir a presença ocasional de contaminação.
A expansão da área plantada também contribuiu para esse desempenho. Dados da Serasa Experian indicam que o plantio de algodão registrou um aumento de 21,9% entre as safras 2022/2023 e 2023/2024, passando de 1,65 milhão para 2,02 milhões de hectares.
Segundo a Logcomex, a exportação de algodão (NCM 5201.00.20) ao longo de todo o ano de 2024 foi de US$ 5,15 bilhões. Este valor significa um salto expressivo de 67,7% em relação ao ano anterior. Ainda de acordo com a Logcomex, a exportação do produto vem crescendo ininterruptamente desde Agosto de 2024.
Vale ressaltar os principais parceiros comerciais do Brasil na exportação do algodão: a China vem em primeiro lugar, com 34% do market share, seguida pelo Vietnã, com 20%, Bangladesh, com 12%, Paquistão, com 10% e Turquia, com 9%.
Os principais estados exportadores brasileiros são Mato Grosso, com 67% da produção total, Bahia, com 17% e São Paulo, com 12%.
No mercado internacional, o algodão brasileiro tem ganhado destaque devido à sua qualidade e sustentabilidade. Cerca de 84% da produção nacional possui certificações socioambientais, reforçando o compromisso com práticas responsáveis.
A conquista da liderança mundial na exportação de algodão reflete a capacidade do agronegócio brasileiro de se adaptar e inovar, atendendo às demandas do mercado global com qualidade e sustentabilidade. Manter essa posição exigirá esforços contínuos em investimentos, melhorias logísticas e fortalecimento das relações comerciais internacionais.