Brasil lidera exportações de algodão e deve manter posto em 2024/2025

Na última segunda-feira (7) foi o Dia Mundial do Algodão, e o Brasil tem muitos motivos para comemorar. 

Na temporada 2023/2024, que vai de agosto do ano passado a julho deste ano, o país exportou 2,6 milhões de toneladas da commodity, superando os 2,56 milhões embarcados pelos Estados Unidos, o que torna o Brasil o principal exportador mundial de algodão.

Para se ter uma ideia, na safra 2022/2023, o volume de algodão exportado pelos americanos havia sido 92,3% superior ao do Brasil. Naquele ciclo saíram do território brasileiro 1,44 milhões de toneladas do produto.

A liderança brasileira deve se repetir no ciclo 2024/2025. A área plantada deve crescer 7,4% e a produção deve aumentar 8% em relação à última safra, segundo dados da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa).

Segundo dados da Logcomex, nos nove primeiros meses de 2024, o volume de exportações de algodão (SH2 52) saltou 131,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor FOB movimentado foi de US$ 1,6 bilhão para US$ 3,6 bilhão na comparação anual.

Entre janeiro e setembro deste ano, foram exportadas 1,8 milhão de toneladas de algodão não cardado nem penteado, simplesmente debulhado (NCM 5201.00.20), alta de 134% frente aos mesmos meses de 2023.

As exportações de fiapos de algodão (NCM 5202.91.00) cresceram ainda mais, o equivalente a 343% em termos de valor (FOB) e 322% em peso líquido. Nos nove primeiros meses de 2024 foram vendidos a outros países 8 mil toneladas do produto brasileiro, a US$ 6,6 milhões.

Os principais estados exportadores são Mato Grosso do Sul, que respondeu por 63% das exportações brasileiras do setor até setembro deste ano, Bahia, responsável por 16% do valor movimentado, e São Paulo, com 12% do fluxo comercial.

Já os países que mais compraram algodão brasileiro no período foram China (36%), Vietnã (18%), Bangladesh (12%) e Turquia (10%).

Aproximadamente 94% das exportações de algodão brasileiro saíram pelo Porto de Santos.

As expectativas para a próxima temporada são positivas, porém o grande desafio dos produtores de algodão provavelmente será lidar com a queda nas cotações do produto. Isso ocorre porque a oferta global de grandes safras, impulsionada por Brasil, Estados Unidos e Austrália, está em contraste com uma demanda moderada.