A montadora chinesa BYD evitou o pagamento de R$ 1 bilhão em impostos ao antecipar a importação de carros elétricos para o primeiro semestre deste ano. Ao antecipar a vinda dos veículos, a empresa “driblou” o aumento gradual da taxação de modelos elétricos vindos do exterior.
No fim do ano passado, o governo federal, por meio da Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), anunciou a retomada e o aumento gradual do imposto de importação sobre automóveis híbridos e elétricos.
A partir de janeiro de 2024, passou a incidir alíquota de 10% sobre carros 100% elétricos, 12% sobre híbridos plug-in e 15% sobre os demais híbridos. A partir de julho, a tributação subiu para 18%, 20% e 25%, respectivamente.
Em julho de 2025, o imposto salta para 25%, 28% e 30%, e em julho de 2026 vai a 35% para as três categorias.
Segundo dados da Logcomex, no primeiro semestre de 2024, ainda sob a menor alíquota para o segmento, a quantidade de veículos elétricos puros importados (NCM 8703.80.00) disparou 1.800% na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 68,5 mil unidades entrantes no Brasil, contra 3,6 mil no primeiro semestre de 2023.
O valor total das importações subiu 1.100%, de US$ 112,7 milhões (FOB) nos seis primeiros meses de 2023, para US$ 1,3 bilhão (FOB), no mesmo intervalo de 2024. Desse montante, US$ 1,2 bilhão (89%) veio da China, onde são fabricados os modelos da BYD.
O volume de importações aumentou às vésperas do aumento do imposto. Somente no mês de junho, chegaram ao Brasil 32 mil unidades com motor 100% elétrico, 46,7% do total do primeiro semestre. Em julho, a quantidade despencou para 2,6 mil. Em setembro, o setor somou 423 carros elétricos importados.
A antecipação das importações garantiu à marca volume suficiente para manter as vendas até a entrada em operação da sua fábrica em Camaçari (BA), que deve começar a operar entre o final de 2024 e o início de 2025.S
De acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), foram comercializados 121,5 mil carros híbridos e elétricos no Brasil no acumulado de janeiro a setembro de 2024. O montante representa alta de 112,9% em relação ao mesmo período de 2023.
A BYD é a líder em venda de híbridos e elétricos e a 10ª montadora do país considerando automóveis leves eletrificados e à combustão. Ao todo, foram 51,2 mil emplacamentos de modelos da montadora chinesa nos nove primeiros meses do ano, sendo 33 mil de elétricos puros e 18,2 mil de híbridos.