O Brasil, líder global na produção de café e suco de laranja, enfrenta atualmente desafios distintos no mercado internacional dessas commodities. Enquanto o preço do café registra altas expressivas devido a fatores climáticos adversos, o suco de laranja apresenta uma queda significativa em suas cotações, reflexo de expectativas positivas para a próxima safra brasileira.
Café: Escassez e aumento de preços
Em fevereiro de 2025, os contratos futuros de café na bolsa de Nova York atingiram uma média de US$ 3,9438 por libra-peso, representando um aumento de 18,78% em relação ao mês anterior e acumulando uma alta de 112,18% nos últimos 12 meses. Essa valorização é atribuída a condições climáticas adversas nas principais regiões produtoras do Brasil, que reduziram a oferta do grão no mercado global.
O Brasil, responsável por mais de 30% da produção mundial de café, sofreu com secas severas e temperaturas extremas, impactando negativamente a produtividade das lavouras, obrigando o país a importar o grão.. Essas condições climáticas adversas contribuíram para a redução da oferta global de café, pressionando os preços para cima.
Suco de laranja: perspectivas de safra e queda nos preços
Em contraste, o suco de laranja concentrado congelado registrou uma queda de 24,25% em fevereiro na bolsa de Nova York, com o preço médio atingindo US$ 3,6091 por libra-peso. Essa diminuição é resultado de previsões otimistas para a safra 2025/26 de laranja no Brasil, após preocupações iniciais relacionadas ao clima.
O Brasil continua sendo o maior produtor mundial de suco de laranja, responsável por cerca de 70% das exportações globais. A expectativa de uma safra robusta aliviou temores de escassez, levando à redução dos preços internacionais do suco.
Segundo a Logcomex, o ano de 2024 foi positivo para a exportação de suco de laranja congelado (NCM 2009.11.00). O aumento no envio do insumo cresceu 27,3%, com um valor FOB US$ 1,15 bilhão. Bélgica, Países Baixos e Estados Unidos foram os principais destinos do suco de laranja brasileiro, com 25%, 22% e 16%, respectivamente.
A elevação dos preços do café tem repercussões diretas no mercado interno brasileiro, com consumidores enfrentando aumentos significativos nos produtos derivados. Por outro lado, a queda nos preços do suco de laranja pode beneficiar consumidores internacionais, embora produtores brasileiros precisem ajustar suas estratégias para manter a rentabilidade.