O aumento nas importações de calçados de países asiáticos, principalmente do Vietnã, da China e da Indonésia, manteve a queda nas exportações do setor em novembro.
No acumulado dos 11 primeiros meses do ano, as importações de calçados somaram 32,6 milhões de pares, alta de 23% em relação ao mesmo período do ano passado.
Já as vendas para o exterior somaram 89,6 milhões de pares, recuo de 19,2% na mesma comparação. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados).
Em termos de valores, segundo números consolidados pela Logcomex, as exportações brasileiras de produtos do setor (SH2 64) alcançaram US$ 990,9 milhões (FOB) no mesmo período, uma retração de 16,1% em um ano.
Os dados levam o setor para o segundo ano consecutivo de perda nas vendas para o exterior. Em 2023, também considerando o intervalo de janeiro a novembro, o valor total das exportações foi de US$ 1,2 bilhão (FOB), 12,4% a menos do que em 2022 (US$ 1,3 bilhão).
O valor total das importações de calçados, por sua vez, avançou 6,3% nos 11 primeiros meses do ano, abaixo do crescimento no volume, o que indica ainda uma redução no preço médio do produto importado.
Considerando apenas o mês de novembro, entraram no Brasil 2,8 milhões de pares fabricados no exterior, um aumento de 49,4% em relação ao mesmo mês do ano passado.
A principal origem foi o Vietnã, que embarcou para o Brasil 1 milhão de pares, alta de 45% ante o mesmo mês do ano passado. A China, que viu seus embarques para o Brasil crescerem quase 180% em pares, chegando a 597,5 mil, aparece no segundo posto.
A terceira origem dos calçados importados no mês foi a Indonésia, que enviou para o Brasil 531,7 mil pares, crescimento de 0,3% na comparação anual.
Apesar disso, no mês de novembro a queda nas exportações apresentou desaceleração, o que é visto como positivo pelo setor. Para a Abicalçados, o cenário é sustentado por uma base de comparação mais fraca do final de 2023 e pela melhora nos níveis de exportação para a Argentina, segundo principal destino do calçado brasileiro no exterior.
Em outubro, o Banco Central da Argentina (BCRA) encurtou os prazos de acesso ao Mercado Livre de Câmbio (MLC) para 30 dias após o ingresso aduaneiro da mercadoria, o que facilita o fluxo das importações. Antes, o prazo chegava a 60 dias para liberação total dos valores.