Em relatório publicado nesta semana, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) projeta um superávit comercial de US$ 36 bilhões para a região em 2024. A estimativa reflete uma recuperação em relação ao resultado de 2023, quando houve déficit de US$ 26 bilhões.
De acordo com o estudo, no primeiro semestre do ano, o valor total de exportações entre os países da região avançou 5% em relação ao mesmo período do ano passado, superando as importações, que tiveram alta de 1%. Na mesma comparação, as exportações de serviços (+11%) cresceram mais do que os embarques de mercadorias (+4%).
Para todo o ano de 2024, “o valor das exportações de bens da região crescerá 4%, como resultado de uma expansão de 5% no volume e uma queda de 1% nos preços”, aponta a comissão no relatório.
Segundo a entidade, esse desempenho se deve principalmente a um aumento nas quantidades exportadas de petróleo, soja e outras commodities, enquanto as exportações de produtos manufaturados continuam atrasadas e perdem peso no próprio mercado da região diante da crescente concorrência da Ásia.
Já no comércio exterior de serviços, o valor das exportações deve crescer 12% em 2024, enquanto o das importações deve avançar 2% no ano.
Conforme o documento, o valor das exportações das duas maiores economias da região, Brasil e México, crescerá 3% e 2%, respectivamente.
Segundo dados da Logcomex, de janeiro até setembro deste ano, em comparação com igual período do ano passado, as exportações brasileiras cresceram 0,8%, totalizando US$ 255,46 bilhões. Já as importações avançaram 8%, somando US$ 196,3 bilhões.
Com isso, a balança comercial até o nono mês de 2024 apresenta superávit de US$ 59,1 bilhões, uma queda de -17,4% na comparação anual. A corrente de comércio, por sua vez, aumentou 3,8%, atingindo US$ 451,79 bilhões.
Entre os países do Caribe, ainda de acordo com o documento, o volume exportado deve subir 24%, impulsionado pelo aumento considerável no volume de remessas da Guiana (74%) e do Suriname (12%), de acordo com a Cepal.
Na América do Sul, destacam-se os aumentos no volume de exportações de produtos agrícolas, como soja, milho e trigo, que durante a primeira metade do ano tiveram altas entre 70% e 100%. “O crescimento nos volumes exportados compensaria a queda nos preços de vários dos produtos exportados pela América do Sul”, diz o relatório.
Segundo a Cepal, no período de janeiro a agosto deste ano, o índice de preços das principais commodities exportadas pela região caiu 2,1% em relação ao ano anterior.