China busca estabilidade no comércio enquanto Brasil avança em parcerias asiáticas

A China reforçou seu compromisso com a estabilidade do comércio exterior diante das incertezas da economia global.

Durante visita à província de Fujian, o chefe de governo enfatizou ações para expandir o setor de serviços, apoiar empresas com financiamento estrangeiro, fortalecer cadeias logísticas e diversificar mercados de exportação. 

A sinalização de abertura econômica ocorre em um momento de pressão geopolítica e busca por resiliência nas cadeias globais.

Enquanto isso, o Brasil intensifica sua presença internacional com foco na Ásia. A agenda externa inclui visitas ao Japão e Vietnã no final de março, com objetivo de aprofundar relações comerciais e sinalizar uma postura diplomática equilibrada diante da disputa por hegemonia entre China e Estados Unidos.

Segundo dados oficiais, o Brasil é responsável por 20% da produção global de carne bovina e por 25% do mercado mundial do produto. Em Tóquio, haverá negociações para ampliar o acesso da carne brasileira ao mercado japonês, além da participação em um fórum empresarial. 

A recente certificação do Brasil como área livre de febre aftosa pela OMSA fortalece essa expectativa. Há também perspectiva de novos acordos para exportação de aeronaves da Embraer, além da ampliação do comércio com o Vietnã, país visto como mercado emergente estratégico.

No cenário das importações, a China continua sendo o principal parceiro do Brasil, com um volume de US$ 14 bilhões em produtos enviados nos primeiros meses de 2025, representando 100% das importações registradas no período na categoria analisada. 

No entanto, houve mudanças na dinâmica logística: o transporte marítimo perdeu espaço, passando de 88,65% em 2024 para 73,23% em 2025, enquanto o uso de meios próprios aumentou expressivamente para 18,94%.

Além dessas viagens, estão sendo planejadas visitas à China, Rússia, Malásia, Indonésia, Colômbia e França ao longo do ano. A estratégia brasileira inclui a busca de apoio para eventos internacionais como a cúpula do Brics, em julho no Rio de Janeiro, e a COP 30, em novembro, em Belém.