A capacidade de transporte de contêineres em rotas oceânicas com destino ou origem na América Latina, incluindo serviços intrarregionais, teve um aumento de 22,4% em 2024, segundo dados da consultoria Alphaliner.
O crescimento foi muito superior à média mundial, de 10,6%, porém abaixo da observada nas movimentações entre Ásia e Europa, que chegou a 31%. Em todo o mundo, a frota de navios porta-contêineres aumentou a disponibilidade para transporte em cerca de 3 milhões de TEUs.
No contexto latino-americano, a oferta de serviços vinculados à região cresceu em 850 mil TEUs, o que representa 16,9% da capacidade global adicionada no período.
A alta na capacidade de carga, principalmente nas rotas entre Ásia e Europa, foi impulsionada pela necessidade de desviar navios pelo Cabo da Boa Esperança devido à insegurança no Mar Vermelho.
O ano de 2024 ficou marcado como o da “crise do Mar Vermelho”, que gerou escassez de navios e gerou custos para a busca por rotas alternativas, elevando as tarifas de frete.
As linhas de navegação, apesar dos desafios, fecharam o ano com baixa capacidade inativa (apenas 0,6% da frota global), posicionando 2024 como o terceiro ano mais lucrativo da história para o setor, de acordo com o levantamento.
No Brasil, conforme dados da Logcomex, ao longo de 2024 as transações do comércio exterior movimentaram 967,5 milhões de toneladas de cargas por via marítima, sendo 795,7 milhões de toneladas em exportações e 171,8 milhões de toneladas em importações.
A movimentação total representa um aumento de 2,7% em relação a 2023, quando saíram do país, por meio de portos marítimos, 784 milhões de toneladas em mercadorias e entraram outras 158 milhões de toneladas, totalizando 942 milhões de toneladas em produtos.
A desvalorização de commodities, principalmente as agrícolas, no entanto, fez com que o valor total das exportações recuasse 0,8% na comparação anual, enquanto as importações subiram 9%. Como resultado, o superávit comercial do país finalizou 2024 com uma queda de 24,6% em relação a 2023.