O transporte aéreo de cargas deve crescer em média 4% ao ano até 2043, quando alcançará o dobro da movimentação atual, projeta a Boeing. A demanda será impulsionada pelo comércio eletrônico e pela mudança geográfica das cadeias de suprimento, com a expansão de mercados emergentes.
Os prognósticos fazem parte do relatório Previsão Global de Transporte Aéreo de Carga (WACF, na sigla em inglês) 2024-2043, lançado na semana passada e que traz uma visão geral e de perspectivas de longo prazo para o setor. O estudo é publicado a cada dois anos e e inclui uma análise do desenvolvimento de mercados regionais.
Segundo o estudo, a frota global de aviões cargueiros deve crescer aproximadamente 66%, de 2,3 mil, em 2023, para 3,9 mil nos próximos 20 anos, incluindo aeronaves de passageiros convertidas. Nesse contexto, impulsionados pela demanda em mercados asiáticos, os modelos grandes e de fuselagem larga devem quase dobrar em quantidade.
A companhia estima ainda que os mercados do Leste e do Sul da Ásia verão o maior crescimento de tráfego por ano, puxados pela expansão das economias e pela demanda do consumidor.
Com a frota da Ásia-Pacífico prevista para quase triplicar, as transportadoras dessa região precisarão do maior número de aviões cargueiros (980), seguidas de perto pela América do Norte (955). Essas duas regiões representarão mais de dois terços das entregas globais.
As chamadas transportadoras expressas, responsáveis por operar desde a coleta da mercadoria até a entrega, atenderão um quarto do transporte aéreo até 2043, ainda conforme o relatório.
Esse tipo de operadora de transporte deve crescer mais rapidamente do que a média do setor em razão do papel crescente na distribuição de comércio eletrônico e à expansão das redes expressas em mercados emergentes, de acordo com a Boeing.
Relatório recente da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) mostrou que a demanda total pela remessa de cargas em aeronaves já cresce há 14 meses consecutivos na comparação com base anual.
No Brasil, segundo dados da Logcomex, as importações por via aérea somaram 216 mil toneladas nos dez primeiros meses de 2024, o que representa uma alta de 13,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
As exportações feitas por aeronaves, por sua vez, avançaram 18,3%, alcançando a marca de 2,1 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a outubro.