A demanda global pelo transporte aéreo de cargas cresceu 11,3% em 2024, na comparação com o ano anterior, aumento recorde, segundo relatório da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). No caso das operações internacionais, a alta foi ainda superior, de 12,2%.
A capacidade total de transporte aéreo, medida em toneladas por quilômetro disponível (ACTKs), também registrou avanço, de 7,4%, em relação a 2023 - 9,6% em operações internacionais.
Entre os fatores que contribuíram para o crescimento, segundo a IATA, destaca-se o aumento de 3,6% no comércio global de bens no ano de 2024.
As rotas internacionais apresentaram níveis de tráfego crescente pelo 17º mês consecutivo, com aumento de 7% em dezembro de 2024 em relação ao mesmo período de 2023.
Na avaliação da IATA, as empresas aéreas estão se beneficiando da crescente demanda de comércio eletrônico nos Estados Unidos e na Europa em meio às limitações de capacidade no transporte marítimo.
No Brasil, segundo dados da plataforma NCM Intel, da Logcomex, em 2024 a movimentação internacional de cargas por aeronaves foi a maior da série histórica iniciada em 1997. Foram 2,6 milhões de toneladas exportadas, alta de 19,6% em relação a 2023, e 262,1 mil toneladas importadas (15%) pelo modal no ano passado.
Em termos de valor FOB, às vendas externas transportadas por via aérea somaram US$ 17,1 bilhões, um crescimento de 10,4% em um ano, enquanto a entrada de produtos estrangeiros por aeronaves somou US$ 52,8 bilhões, avanço de 14,6% na comparação com o ano anterior.
Em 2024, o transporte aéreo respondeu por 20,1% do valor total (FOB) das importações e 4,8% das exportações brasileiras.
Estudo recente da Boeing aponta para um crescimento médio de 4% no transporte aéreo de cargas até 2043, quando o setor deve alcançar o dobro da movimentação atual.
Conforme a empresa, a demanda será impulsionada pelo comércio eletrônico e pela mudança geográfica das cadeias de suprimento, com a expansão de mercados emergentes.