O comércio global de bens continuou a crescer no quarto trimestre deste ano, porém em ritmo de desaceleração. Para 2025, as perspectivas de expansão são consideradas incertas, segundo o Barômetro de Comércio de Bens da Organização Mundial do Comércio (OMC), divulgado nesta semana.
O indicador aponta a trajetória das importações e exportações globais, antecipando estatísticas oficiais de volume de comércio.
A leitura mais recente do barômetro, um índice de 102,7, acima do valor de base de 100, indica expansão do volume de comércio de mercadorias, mas, ao mesmo tempo, uma desaceleração em relação ao trimestre anterior, quando estava em 103.
Mas a OMC faz a ressalva de que a perspectiva “é obscurecida pela crescente incerteza econômica, incluindo possíveis mudanças na política comercial”, uma provável referência a eventuais barreiras tarifárias que podem ser levantadas pelos Estados Unidos a partir do próximo governo, que assume no início do ano que vem.
Todos os indicadores que compõem o barômetro permaneceram dentro ou acima da tendência, com exceção do índice de componentes eletrônicos (95,4), que se estabilizou abaixo do patamar base.
Os índices que representam pedidos de exportação e o de matérias-primas (100,5) indicam um crescimento estável no curto prazo, enquanto os de frete aéreo (102,9), produtos automotivos (104) e transporte de contêineres (105,8) estão firmemente acima da tendência.
A instituição reiterou projeções de que o volume do comércio global deve crescer aproximadamente 2,7% em 2024 e acelerar levemente para 3,0% em 2025, conforme projeções feitas em outubro.
Os números refletem o crescimento mais rápido que o esperado nas exportações de países asiáticos e nas importações da América do Norte no primeiro semestre de 2024, segundo a OMC.
Enquanto isso, os fluxos comerciais da Europa continuaram a diminuir tanto do lado da exportação quanto da importação, pesando contra o crescimento econômico global.
No Brasil, segundo dados da Logcomex, a corrente de comércio (exportações+importações) chegou a US$ 554,7 bilhões (FOB) no acumulado de janeiro a novembro, sendo US$ 242,4 bilhões em importações e US$ 312,3 bilhões em exportações.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, a corrente de comércio cresceu 4,2%. As vendas ao exterior avançaram 0,4%, enquanto o valor total de mercadorias entrantes no país teve alta de 9,5%.