No dia 29 de outubro, celebramos o Dia do Importador, uma data dedicada aos profissionais que impulsionam o comércio exterior brasileiro e desempenham um papel crucial na economia do país.
Os importadores são responsáveis por trazer produtos, matérias-primas e tecnologias de todo o mundo, contribuindo para o desenvolvimento e inovação no mercado nacional.
Desde 1992, quando o Brasil eliminou a "lei de reserva de mercado”, essa data reconhece a importância do importador no fortalecimento da economia.
Neste artigo, vamos explorar as tendências e oportunidades no mercado de importação em 2024, trazendo insights valiosos para quem já atua na área e também para aqueles que estão pensando em entrar nesse setor estratégico.
Continue a leitura e descubra como a importação pode transformar negócios e abrir novas fronteiras!
Índice
- Origem do Dia do Importador
- Principais Produtos Importados em 2024
- A Importância do Importador
- Responsabilidades do Importador
- Incoterms
- Desafios para os Importadores
- Boas Práticas para Importadores de Sucesso
- Soluções da Logcomex para Importadores
Qual é a origem do dia do importador?
O dia do importador foi criado há 30 anos, em 1992, quando o Brasil retirou a “lei de reserva de mercado”, que impunha várias restrições sobre as importações.
Esse cenário dificultava muito a entrada de produtos de outros países dentro do território nacional. Consequentemente a economia sentiu o impacto.
A princípio, a lei foi criada e sancionada com o objetivo de fomentar a indústria nacional, focando no que era produzido dentro do Brasil e eliminando possíveis concorrentes externos.
A medida foi publicada no final do governo militar e determinava a proibição da importação de bens e tecnologia por oito anos. Porém, enquanto estava vigente, não se mostrou eficaz para a economia e desenvolvimento do país.
Foi a partir da queda da legislação que o Dia do Importador passou a ser celebrado.
Desde então é uma data para comemorar e homenagear o quanto são importantes para a economia aqueles que atuam no comércio exterior nesse segmento.
Principais produtos importados em 2024
Confira os destaques do mercado de importação de janeiro a setembro de 2024 (vs. mesmo período de 2023), com base em dados da Logcomex:
- Óleos Brutos de Petróleo (NCM 2709.00.10): em 2024, houve uma leve redução de 2% no valor FOB e de 5% no peso líquido comparado a 2023.
- Gasóleo (Óleo Diesel) (NCM 2710.19.21): queda de 4% no valor FOB, mas o peso líquido subiu 6%.
- Outros Cloretos de Potássio (NCM 3104.20.90): redução de 25% no valor FOB, apesar de um aumento de 12% no peso líquido.
- Partes de Turborreatores (NCM 8411.91.00): aumento de 40% no valor FOB e 23% no peso líquido, indicando uma demanda crescente.
- Células Fotovoltaicas (NCM 8541.43.00): redução de 30% no valor FOB, mas o peso líquido teve um crescimento de 29%.
Além disso, trouxemos alguns segmentos destaques na importação, referente ao acumulado de janeiro a setembro. O comparativo com dados do ComexStat é em relação ao mesmo período de 2023:
- Veículos de passageiros: totalizaram US$6,5 bilhões e 460 mil toneladas importadas, um crescimento de 72,7% em valores e 78,2% em volume. Este aumento está relacionado com a expansão do mercado de veículos eletrificados.
- Adubos e fertilizantes: o valor total importado caiu 8,7%, atingindo US$9,8 bilhões, porém essa queda está relacionada com os preços no mercado internacional que reduziram. O volume importado dessa commodity cresceu 11%, alcançando 31,8 milhões de toneladas.
- Soja: as importações deste produto dispararam devido à redução na safra nacional, apresentando um aumento de 407,3% em valores, totalizando US$322 milhões, e um crescimento de 523,1% em volume, alcançando 817,3 mil toneladas.
Além disso, neste ano iniciou a migração dos processos de importação para o Portal Único, uma iniciativa que visa desburocratizar as importações.
Leia também: Novo Processo de Importação no Brasil: Do Siscomex ao Portal Único
Por que o importador é tão importante?
O importador é a pessoa que pode promover a entrada de produtos, bens e mercadorias estrangeiras de um país de fora para o território nacional. Traz do exterior.
É um dos responsáveis por ajudar no giro da economia e desenvolvimento do país que importa. Afinal de contas, nenhum país produz sozinho tudo aquilo que consome.
Justamente por estar ligado a toda essa cadeia produtiva nacional, o importador exerce um papel de fundamental importância e responsabilidade.
Responsabilidades do importador
As responsabilidades e definições das obrigações do importador estão amparadas em normas internacionais. Os Incoterms são exemplos. Ao todo, são 11 documentos que vão ajudar a direcionar os trâmites que devem ser realizados dentro do mercado do comércio exterior.
São extremamente necessários para que uma boa gestão seja feita e a logística aconteça da forma mais bem sucedida possível para ambas as partes.
O conjunto de termos são de amplo conhecimento de quem já atua no setor. Podem ser consultados a qualquer momento e especificam de maneira clara as responsabilidades de cada uma das partes envolvidas no processo de negociação internacional.
Como por exemplo, quem deve pagar o frete e seguro, qual o ponto de entrega de uma mercadoria, entre outras ações.
Especificamente relacionada ao importador — aquele compra os produtos e traz de fora — os grupos dos Incoterms E, F e C dispõem sobre local de partida, transporte principal não pago e ainda sobre o transporte principal pago. Veja mais:
Incoterms
Grupo E
O EXW (Ex Works) exige apenas que o vendedor disponibilize a mercadoria no local e data combinados e marcados. Os custos serão do comprador.
É um documento bastante genérico que é utilizado em muitos casos de transações comerciais.
Grupo F
- FCA (Franco Transportador ou Livre Transportador), em que o vendedor se encarrega do desembaraço aduaneiro e entrega a mercadoria
- FAS (Livre no Costado do Navio), em que o vendedor deve posicionar a mercadoria no cais do porto de embarque e efetivar o desembaraço
- FOB (Livre a Bordo do Navio), em que o exportador entrega a mercadoria no porto designado e atende às obrigações do processo.
Grupo C
- CFR (Custo e Frete), em que o vendedor paga as despesas apenas até a acomodação da carga no navio
- CIF (Custo, Seguro e Frete), no qual todas as despesas ficam por conta do vendedor até a chegada ao local designado
- CPT (Transporte Pago Até), em que o vendedor arca com o frete somente até o destino acordado e
- CIP (Transporte e Seguro Até), em que o frete e o seguro são pagos pelo vendedor até o local final.
Devido a tantas pontuações, muitos optam por abrir empresas especializadas em importação para terceiros.
Assim, podem otimizar esse papel que desempenham e — para quem está começando a entrar no comércio exterior — pode ser uma alternativa interessante, principalmente para evitar perda de tempo, dinheiro e dor de cabeça.
Principais desafios para os importadores
Quem está à frente de importações sabe bem que existem uma série de desafios para que a logística seja funcional e sem problemas ou prejuízos. Abaixo listamos alguns dos principais:
Modais de transporte
Os modais são os transportes utilizados para que as mercadorias e bens possam ser levados do país de origem ao destino.
Os principais são aéreo, marítimo, rodoviário e ferroviário. O grande desafio, em questão, é garantir a integração entre os modais (evitando atrasos na entrega).
Além de economizar, poupando custos e tendo o produto em perfeitas condições durante a logística internacional (com a responsabilização caso, eventualmente, aconteça algum imprevisto).
Segundo dados da Logcomex, entre janeiro a setembro de 2024, o transporte marítimo continua liderando com 74% das importações, seguido pelo aéreo (20%) e rodoviário (4%).
A predominância do modal marítimo destaca a necessidade de otimização logística e de controle de custos no transporte de grandes volumes.
Principais parceiros comerciais e estados importadores
- A China lidera como maior exportador para o Brasil, com 30% do total FOB, seguida pelos Estados Unidos (20%) e Alemanha (7%).
- Entre os estados brasileiros, São Paulo destaca-se com 29% das importações, seguido por Santa Catarina (13%) e Rio de Janeiro (11%).
Esses dados reforçam a importância da China como parceiro e a relevância de São Paulo como polo de consumo e distribuição no Brasil.
Porto de Santos lidera importações em 2024 com 30% do total nacional
Entre janeiro e setembro de 2024, o Porto de Santos dominou as importações no Brasil, movimentando U$53,7 bilhões em valor FOB, o que representa 30% do total nacional, segundo dados da Logcomex.
Esse número deixa claro a importância estratégica de Santos no comércio exterior brasileiro, com uma margem significativamente maior que o segundo colocado (Porto de Paranaguá).
Destaques:
- Porto de Paranaguá: U$14,36 bilhões, respondendo por 8% do total;
- Aeroporto de Viracopos: U$12,23 bilhões (7%);
- Aeroporto de Guarulhos: U$12,11 bilhões (7%);
- Porto de São Francisco do Sul: U$11,05 bilhões (6%).
Esses cinco pontos juntos somam mais de 58% das importações do país, destacando o papel essencial de portos e aeroportos no fluxo econômico nacional.
Choque cultural
O possível choque cultural durante as negociações entre fornecedores e compradores, já que são de diferentes países e vivem culturas diferentes, também é um desafio na importação.
Por isso, é de grande importância que seja analisada e conhecida a cultura, costumes e formas de negociação mais comuns realizadas em cada país.
Além, é claro, da criação de um sólido contrato internacional.
Segurança no transporte internacional
O deslocamento e todo o processo que envolve o comércio exterior necessita de muito respaldo e segurança. Justamente o motivo que o torna um verdadeiro desafio para o importador.
Por isso, é importante destacarmos aqui que nunca é demais investir em segurança. Uma opção interessante é a contratação de seguros extras, que oferecem coberturas para acidentes com cargas, extravios e até avarias.
Infraestrutura de portos e aeroportos
Durante a logística — entre exportador e importador — o produto pode passar por diferentes modais, entre eles aéreo e marítimo.
Ambos são alvos de reclamações dos importadores brasileiros devido a precariedade e falta de estrutura. Entre elas a superlotação de contêineres e armazéns vazios.
Outras reclamações apontam para a falta de fiscais da Anvisa na inspeção e na grande quantidade de documentos exigidos durante o desembaraço aduaneiro.
Fatores que dificultam ainda mais o trâmite da mercadoria nos referidos espaços.
Complexidade da legislação tributária e outras normatizações
Esse é um desafio e tanto para os importadores! No Brasil são 26 estados e mais o Distrito Federal, cada um com sua legislação tributária.
Esse já é um fator de complicação dos grandes quando pensamos em importações. Além disso, o Governo Federal, através do Ministério das Relações Públicas, emite cerca de 3 novas instruções normativas por dia para regulamentar o comércio exterior.
Isso sem contar os impostos como IPI, PIS e COFINS, por exemplo.
Classificação, enquadramento e nomenclatura
Ainda por cima, os importadores precisam entender que cada um dos produtos importados possui uma classificação e é taxado de uma forma.
Assim, é necessário enquadramento dentro de uma determinada situação, como normas sanitárias e fiscais.
Importante dizermos aqui que, por exemplo, caso uma empresa busque um NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) e o número esteja equivocado, a empresa precisará pagar uma taxa com 1% a mais dos custos sobre o valor da importação.
O que representa outro grande desafio para os importadores.
Tanto que uma pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria apontou que 28% dos entrevistados temem sofrer sanções por classificações incorretas de produtos de importação.
O que garante o sucesso para os importadores?
Não existe uma receita ou fórmula mágica para ser um bom importador e ter muito sucesso.
Mas é possível, sim, ter um bom desenvolvimento na profissão se aperfeiçoando, investindo e trabalhando duro e apostando na tecnologia.
É o dia a dia e o próprio trabalho que vão trazer o sucesso.
Dito isso, confira algumas boas práticas que podem ajudar os importadores a alcançar o sucesso:
Entender a demanda dos produtos que serão importados
São muitos os itens que podem ser importados. Portanto, é necessário que o importador se certifique e entenda do que está tratando.
Se o produto precisa de alguma certificação específica, licença de exportação ou algum cadastro em órgãos como Ministério da Agricultura e Anvisa, por exemplo.
Saber da sazonalidade, variação cambial e barreiras que limitam as importações também são diferenciais para evitar prejuízos financeiros e dores de cabeça.
Quanto mais souber e entender, mais fácil vai ser lidar com a demanda.
Negociar com bons fornecedores
É preciso que o importador pense no que é bom para os dois lados. Portanto, desenvolver parceria com bons fornecedores é uma das chaves para sucesso na transação comercial.
Ambos vão administrar melhores condições comerciais, adequando ao que pode encaixar melhor na conta. Saindo do famoso “compra e venda”, apenas.
Investir no controle e melhoria contínuos
A importação de um produto é remetida em diferentes fases. Por isso é inteligente que o importador consiga desenvolver ferramentas que possam facilitar o monitoramento em cada uma delas.
Sempre, é claro, buscando opções logísticas com mais flexibilidade.
O mercado internacional muda a todo momento, estar atualizado é diferencial necessário para acompanhar tendências e melhorar fluxos de importações também.
Uma dica é criar medidores de desempenho, visando melhorar sempre.
Monitorar o transporte da sua importação
Inúmeras etapas fazem parte do transporte do produto importado. No mar, no céu e até na estrada.
É sempre bom ficar atento com o percurso da carga para, em caso de algum imprevisto, já saber como lidar com a adversidade da melhor forma possível.
Tudo para amenizar os impactos de possíveis prejuízos no orçamento.
Quais são as soluções Logcomex para importadores?
A Logcomex oferece soluções inovadoras para otimizar e transformar a gestão de importações, com o objetivo de aumentar o controle dos processos, facilitar o acesso a informações estratégicas, potencializar o poder de negociação e embasar a tomada de decisão dos importadores. Confira cada uma delas:
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Com o LogManager, os importadores podem:
- Monitorar o status das cargas em tempo real;
- Receber alertas automáticos para cada etapa do processo;
- Ser notificados sempre que alguma carga estiver em risco;
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