Déficit comercial no setor de autopeças sobe 34,3% até novembro

O déficit comercial da indústria de autopeças cresceu 34,3% em 2024, até o mês de novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. 

Considerando os 11 primeiros meses de cada ano, a diferença do valor de exportações e importações do setor foi de US$ 10,2 bilhões em 2023 para US$ 11 bilhões neste ano.

O resultado se deve a um aumento de 11% no valor total de importações e a uma queda de 14% no de exportações, segundo relatório do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), que monitora dados de comércio internacional de 240 produtos.

Para a entidade, o aumento das compras estrangeiras se deve ao avanço da produção de automóveis, que faz as empresas recorrerem ao mercado externo para suprir a demanda do país.

Já a priorização no atendimento do mercado interno e o arrefecimento das vendas em mercados latino-americanos e europeu, notadamente na Argentina e Alemanha, prejudicaram as exportações de veículos e peças.

De acordo com dados da Logcomex, entre as peças que tiveram maior aumento em importação até novembro deste ano estão eixos de transmissão com diferencial (NCM 8708.50.80), cujas compras de outros países saltaram 102%, alcançando US$ 125 milhões (FOB); para-brisas, vidros traseiros e outros vidros (NCM 8704.22.00), que cresceram 91% em importações, chegando a US$ 19,2 milhões; e volantes de direção (NCM 8708.94.81), que tiveram alta de 69%, somando US$ 52,2 milhões em importações.

Já as autopeças que puxaram para baixo o desempenho das exportações brasileiras foram lideradas por painéis de instrumentos (NCM 8708.29.94), cujo valor de vendas ao exterior caiu 75% na comparação anual, para US$ 2,2 milhões (FOB); outras caixas de marchas para tratores ou dumpers (NCM 8708.40.19), cujas exportações retraíram 54%, somando US$ 17,3 milhões; e outras partes e acessórios de carrocerias (NCM 8708.95.29), que perdeu 53% no valor de exportação, totalizando em 2024 US$ 575,8 mil.

Conforme o levantamento do Sindipeças, China, Estados Unidos, Alemanha e Japão continuam como principais mercados de origem das importações de autopeças, representando cerca de 46% do total das importações das autopeças realizadas de janeiro a novembro deste ano.

Nas exportações, Argentina, Estados Unidos, México, Alemanha e Chile são os cinco principais destinos da produção brasileira do setor, respondendo por 72,1% das remessas brasileiras ao exterior entre janeiro e novembro.