O déficit comercial do setor químico deve encerrar o ano em US$ 50,1 bilhões, resultado de importações estimadas em US$ 65,1 bilhões e de exportações em US$ 15 bilhões, segundo projeção da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim).
O resultado, se confirmado, representará um aumento de 7,5% no déficit em relação ao ano passado. Já em relação à diferença do volume importado e do exportado, o aumento do saldo negativo será de 16,3%.
As estimativas foram apresentadas pela Abiquim nesta segunda-feira (2) no Encontro Anual da Indústria Química (Enaiq). A associação espera, para os próximos anos, ter um recuo maior na produção, mesmo com a recente elevação da alíquota do imposto de importação, da faixa de 7,6% a 12,6% para 20% para uma cesta de 30 produtos, e a manutenção do Regime Especial da Indústria Química (Reiq).
A entidade foi a principal responsável por pleitear um aumento na alíquota do imposto de importação sobre substâncias químicas, tendo como justificativa o expressivo aumento na entrada de produtos chineses, que estaria impactando negativamente a competitividade da indústria nacional.
Considerando-se os químicos de uso industrial, a associação projeta para 2024 um crescimento na produção de 1,1%, insuficiente para elevar a taxa média de utilização nas fábricas do setor, que permanece em 64%, um dos níveis mais baixos da história. Nesse segmento, o déficit comercial deve chegar a US$ 38,1 bilhões no ano, alta de 7,3%.
Dados da Logcomex mostram que entre produtos químicos inorgânicos (SH2 28), houve aumento de 8,1% no volume de importações brasileiras no acumulado de janeiro a outubro, quando comparado ao mesmo período do ano passado.
O peso líquido total saltou de 4,9 milhões de toneladas nos dez primeiros meses de 2023 para 5,3 milhões de toneladas no mesmo intervalo deste ano. O valor médio das importações, por outro lado, caiu 15,4%, refletindo o barateamento dos produtos importados que tem incomodado a indústria nacional.
Entre produtos químicos orgânicos (SH2 29), a alta no volume de importações foi ainda maior, de 12,5%, segundo números da Logcomex. Foram 3,4 milhões de toneladas importadas nos dez primeiros meses de 2023 e 3,8 milhões de toneladas no mesmo período de 2024. O valor total das importações do segmento, por sua vez, recuou 3,8%.