Exportação de suco de laranja cai, importações de frutas aumentam em 2024

O mês de julho de 2024 marcou um cenário desafiador para os produtores brasileiros de laranja. As exportações, tradicionalmente robustas, iniciaram a safra 2024/25 em ritmo lento. 

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o Brasil exportou 53,4 mil toneladas de suco de laranja concentrado no mês, uma queda de 38% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Esse declínio nas exportações já era previsto por analistas do setor. A principal causa está na oferta limitada de laranjas, consequência de uma colheita abaixo do esperado em regiões chave, como São Paulo e o Triângulo Mineiro.

A baixa produção nacional, aliada a estoques reduzidos de suco, tem mantido as indústrias em alerta para os desafios que se desenham ao longo da safra atual.

Contrapondo esse cenário de exportação, as importações de laranjas in natura atingiram níveis recordes. Nos primeiros sete meses de 2024, o Brasil importou 34,8 mil toneladas da fruta, um aumento impressionante de 87% em relação ao mesmo período de 2023. 

Esse crescimento na importação reflete a escassez interna de laranjas, resultado de condições climáticas adversas e pragas que afetaram a produção local. Além disso, os altos custos das frutas produzidas internamente tornaram as importações uma solução viável para suprir a demanda doméstica, especialmente da indústria de sucos.

Mercado de importações da laranja – NCM 0805.10.00 (1º Semestre de 2024):

Fonte: Logcomex

  • Valor FOB: US$ 22,4 milhões (+ 63,7% em relação ao 1º Semestre de 2023);
  • Volume (kg): 31,7 mil kg (+ 77,9% em relação ao 1º Semestre de 2023);
  • Mês recorde: abril (U$S 6,6 milhões);
  • Principais importadores: Egito (70%), Espanha (25%), Uruguai (3%), Argentina (2%);
  • Principal URF de destino: Porto de Santos (84%).

Essa dinâmica de mercado cria um paradoxo: o maior produtor mundial de suco de laranja, que exporta para mais de 100 países, agora se vê dependente de importações para manter o fluxo de produção.

As expectativas para 2024/25 indicam que a situação pode continuar complicada, com o volume exportado sendo pressionado pela baixa oferta, enquanto a demanda global pelo suco também segue em desaceleração.

O setor espera que as importações ajudem a mitigar parte dos impactos dessa baixa produção, mas a realidade impõe desafios tanto para os produtores quanto para os exportadores, que precisam equilibrar a oferta limitada com os preços elevados no mercado internacional.