Frete marítimo além do custo: Como transformar logística em diferencial competitivo

Negociar frete com dados e visibilidade logística pode reduzir riscos e elevar margens. Veja como integrar estratégia à gestão de frete.

Durante muito tempo, o frete marítimo foi tratado apenas como um componente de custo nas planilhas de importação e exportação. Em muitas empresas, a lógica era simples: embarcar pelo menor preço possível. 

Mas o cenário mudou, assim como a forma como as organizações mais competitivas encaram operações logísticas.Hoje, a gestão de frete internacional pode ser uma alavanca de margem, reputação e desempenho operacional. 

Em um ambiente cada vez mais sensível a prazos, eficiência e previsibilidade, o frete deixou de ser apenas uma despesa para se tornar uma variável estratégica, que influencia desde o controle de riscos até a experiência do cliente final.

Neste artigo, mostramos como o frete pode ir além do custo. A partir de dados, processos bem definidos e decisões orientadas à estratégia, empresas estão transformando a logística marítima em vantagem competitiva concreta – e você verá como fazer o mesmo.

Por que o frete não deve ser visto apenas como custo

Tratar o frete marítimo como um simples gasto a ser minimizado pode parecer racional à primeira vista, mas essa visão ignora os riscos operacionais e as oportunidades estratégicas envolvidas nessa frente.

Empresas que decidem exclusivamente com base no menor preço por contêiner frequentemente enfrentam atrasos de embarque, avarias, falta de visibilidade da carga e custos ocultos, como demurrage, armazenagem e sobrestadia. 

Além disso, acabam limitando sua capacidade de reação em situações críticas, como congestionamentos portuários, greves ou variações cambiais súbitas.

Os impactos no prazo e na qualidade do serviço são diretos. Quando uma carga chega fora do prazo, o efeito se espalha por toda a operação: estoques mal dimensionados, ruptura no ponto de venda, necessidade de fretes emergenciais ou até cancelamento de pedidos. 

E essas falhas comprometem não apenas o desempenho logístico, mas a reputação comercial da empresa.

Afinal, do ponto de vista do cliente, a logística influencia fortemente a percepção de confiabilidade da marca. Entregas dentro do prazo, com previsibilidade e transparência, fortalecem a experiência do cliente e ampliam a confiança dos canais de distribuição.

Por outro lado, inconsistências na operação minam a relação comercial e podem custar contratos valiosos.

Ao encarar o frete como um ativo estratégico – e não apenas como custo –, a empresa passa a enxergar valor em indicadores como previsibilidade, rastreabilidade, lead time real, performance de parceiros e flexibilidade em momentos críticos. 

Tal perspectiva desbloqueia decisões mais inteligentes e alinhadas à estratégia de crescimento e ao nível de serviço esperado pelo mercado.

Gestão de frete como parte da estratégia de negócios

Já deu para entender que, em empresas que crescem com eficiência, a logística internacional é encarada como um pilar estratégico – capaz de influenciar margens, satisfazer clientes, impulsionar vendas e mitigar riscos. 

Nesse cenário, a gestão de frete deve assumir um novo papel: o de instrumento de competitividade e alinhamento corporativo.

O primeiro passo para essa virada de chave está no alinhamento entre logística e estratégia. Isso significa envolver a área de operações nas discussões sobre expansão comercial, penetração de novos mercados, definição de portos e malha de distribuição.

Quando o gestor logístico participa da construção do plano de negócios, é possível antecipar riscos, otimizar fluxos e evitar decisões que, mais adiante, comprometam prazos e margens.

Além disso, a logística precisa operar com metas conectadas aos objetivos da empresa. Se a prioridade estratégica for a experiência do cliente, o frete deve ser monitorado por KPIs como lead time, índice OTIF (on time, in full) e volume de entregas críticas. 

Agora, se o foco for rentabilidade, o custo logístico por unidade embarcada ou por tonelada transportada passa a ser o indicador mais relevante.

Impacto direto

Seja qual for o caso, o gestor de frete deixa de ser um executor de cotações e embarques e passa a atuar como analista estratégico – responsável por transformar dados em decisões com impacto direto nos resultados. 

A partir de informações como variação cambial, tempo de trânsito por rota, desempenho de parceiros logísticos e histórico de custos adicionais (demurrage, armazenagem, taxas portuárias), esse tipo de profissional consegue identificar padrões, prever gargalos e recomendar ajustes táticos e estruturais.

Para viabilizar esse nível de análise, o uso de ferramentas digitais é indispensável. Plataformas de Shipment Intelligence, painéis interativos e sistemas de rastreamento avançado oferecem uma camada adicional de visibilidade que permite decisões mais ágeis, com menor margem de erro e maior capacidade de reação.

Assim, a gestão de frete como estratégia de negócios vai além do transporte de mercadorias. Trata-se de uma forma de conectar a operação ao planejamento de longo prazo – com inteligência, precisão e impacto direto na competitividade da empresa.

Cases de empresas que ganharam mercado com logística eficiente

Empresas que tratam a logística como ativo estratégico têm se destacado no mercado pela capacidade de controlar custos, atender melhor a seus clientes e ganhar flexibilidade operacional. A seguir, dois exemplos mostram como uma gestão inteligente do frete pode gerar resultados tangíveis.

Indústria química reduz custos com armazenagem e demurrage

Uma indústria química brasileira com cerca de 500 operações de importação por mês enfrentava custos crescentes com armazenagem e demurrage. Os principais problemas estavam em:

  • falta de visibilidade das etapas logísticas;
  • uso de planilhas manuais;
  • dificuldade de controle de prazos; e 
  • comunicação dispersa entre equipes e parceiros. 

Esse cenário levava a atrasos recorrentes e gastos adicionais com retenção de contêineres, gerando impacto direto na margem de lucro.

Com a adoção da plataforma LogOS, da Logcomex, a empresa passou a ter alertas automáticos, centralização de dados em tempo real e integração entre sistemas internos e parceiros externos. 

Como resultado, reduziu em cerca de 3 dias o tempo médio de armazenagem e obteve uma economia de aproximadamente 12% nos custos com armazenagem e demurrage em três meses de operação – conquistando um ROI acima de 3.000% somente com reduções iniciais. 

Saiba mais: Logcomex ajuda empresa a reduzir em 12% custos com armazenagem e demurrage

Visibilidade logística como aliada na conquista de novos clientes

A Logline, empresa do setor de agenciamento de cargas, enfrentava dificuldades. Seu processo de prospecção era baseado em dados desatualizados, com muita dependência de histórico manual e pouca visibilidade sobre rotas, volumes ou fidelidade de armadores.

Isso reduzia a precisão nas propostas e limitava sua capacidade de fechar novos contratos com importadores exigentes.

Ao adotar a plataforma da Logcomex, a Logline passou a utilizar dados em tempo real sobre movimentações de cargas, transit time por rota, frequência de embarques por armador e detalhes por NCM. 

Com isso, a equipe ganhou velocidade e embasamento para elaborar propostas mais atrativas, baseadas em inteligência de mercado e comparação por performance logística. O resultado foi um processo comercial mais ágil, com aumento na conversão e fortalecimento do posicionamento da empresa como parceira estratégica.

Leia também: Como a Logline transforma o seu processo de prospecção

Como tornar seu frete um diferencial competitivo

Transformar o frete marítimo em vantagem estratégica exige mais do que negociar bons preços. É preciso estruturar processos, integrar dados e adotar uma visão analítica da operação.

A seguir, reunimos algumas práticas fundamentais para empresas que desejam ir além do controle de custos e usar o transporte internacional como fator de diferenciação no mercado.

1. Faça benchmarking de mercado com frequência

Não tome decisões com base apenas na última cotação recebida. Utilize ferramentas que permitam comparar fretes por rota, período, armador e tipo de carga. 

Esse benchmarking ajuda a entender se sua empresa está pagando acima da média, se existem oportunidades de consolidação de embarques ou se vale a pena reavaliar a escolha de portos.

Plataformas especializadas, como as de Shipment Intelligence, oferecem acesso a dados consolidados do mercado – permitindo avaliar transit times históricos, taxas por faixa cambial e até performance de parceiros logísticos ao longo do tempo.

2. Monitore o desempenho logístico com indicadores

Definir e acompanhar KPIs é essencial para profissionalizar a gestão de frete. Entre os principais indicadores, destacam-se:

  • transit time real vs. planejado;
  • índice OTIF (On Time, In Full);
  • custo por tonelada transportada ou por unidade embarcada;
  • volume de ocorrências (avarias, atrasos, devoluções);
  • taxas logísticas adicionais (demurrage, armazenagem, sobrestadia).

Com esses dados, é possível identificar gargalos, negociar com mais segurança e ajustar processos para reduzir perdas operacionais.

3. Construa previsibilidade nas entregas

Previsibilidade reduz custos ocultos e melhora a experiência do cliente. Para alcançá-la, é necessário:

  • analisar o histórico de prazos por rota e sazonalidade;
  • acompanhar variações cambiais e antecipar flutuações no custo total do frete;
  • ter visibilidade em tempo real dos embarques e dos estoques em trânsito;
  • utilizar alertas automáticos para identificar desvios antes que virem prejuízo.

Com maior controle sobre o fluxo de embarques, a empresa reduz rupturas, melhora o planejamento de compras e garante compromissos comerciais com mais segurança.

4. Diversifique seus parceiros logísticos

Evite depender de um único agente de carga, armador ou porto de destino. A diversificação traz flexibilidade em períodos críticos (como alta temporada, greves ou congestionamento portuário), melhora o poder de negociação e permite comparar performances em tempo real.

Além disso, diferentes parceiros podem ter especializações específicas – seja em tipos de carga, regiões ou modais integrados. Avalie continuamente a qualidade dos serviços prestados e mantenha alternativas prontas para mudanças rápidas de rota, se necessário.

5. Reavalie Incoterms e estruturas contratuais

Muitos importadores e exportadores mantêm a mesma estrutura logística por inércia. No entanto, a escolha do Incoterm pode impactar diretamente o controle da operação, os custos indiretos e a previsibilidade do processo. 

Faça análises periódicas para avaliar se a estrutura contratual ainda faz sentido diante da sua estratégia, do nível de risco e das metas de crescimento.

Conheça: LogOS, visão integrada de todas as etapas dos embarques

Conclusão

O frete marítimo deixou de ser apenas um componente de custo para se tornar uma alavanca de performance e diferenciação no comércio exterior. Empresas que compreendem esse movimento já tratam a logística internacional como parte da estratégia, não apenas da execução.

Ao adotar práticas como benchmarking contínuo, previsibilidade de prazos, diversificação de parceiros e análise de desempenho por indicadores, a organização transforma dados logísticos em inteligência de negócio. 

Assim, mais do que embarcar mercadorias, passa a entregar valor, confiança e agilidade para seus clientes e parceiros comerciais.

Esse novo papel da logística exige ferramentas, pessoas capacitadas e, sobretudo, uma mudança de mentalidade. Exige entender que a forma como a carga circula pelo mundo impacta diretamente a experiência do cliente, a saúde financeira da operação e a posição competitiva da empresa no mercado global.

Em um cenário de margens apertadas e exigências crescentes, fazer do frete marítimo um ativo estratégico pode ser o que separa quem apenas entrega de quem cresce com consistência.

Quer transformar sua logística em vantagem competitiva? Compare seus fretes com a média de mercado e descubra oportunidades estratégicas com a Logcomex.