A greve de estivadores nos portos da Costa Leste dos Estados Unidos, iniciada na terça-feira (1º) e encerrada na quinta-feira (3), colocou sob pressão a capacidade de transporte no país e deve elevar os custos de armazenamento e o preço dos fretes marítimos.
Com a paralisação em 36 portos, caminhoneiros que transportam contêineres ficaram impedidos de retirá-los dos terminais ou de descarregá-los, impactando outras operações.
Além disso, grande parte do escoamento da produção interna voltada à exportação e das cargas que chegam de outros países foi redirecionada para portos da Costa Oeste.
Mesmo havendo contêineres disponíveis, empresas transportadoras correm o risco de não encontrarem caminhões suficientes para carregá-los, o que significa que eles ficarão parados acumulando custos de armazenamento.
A tarifa global de frete de contêineres já encontra-se em alta desde o início do ano, impulsionada por fatores como os conflitos no Oriente Médio.
Em outubro de 2023, a tarifa média para transporte de um contêiner de 40 pés girava em torno de US$ 1,342. Já em meados de agosto de 2024, o valor estava em US$ 5,428, uma diferença de 304%.
Com a greve nos portos norte-americanos e a redução na capacidade de escoamento das cargas, espera-se um novo aumento nos custos do transporte marítimo.
Nesta semana, uma grande empresa do setor logístico norte-americano alertou os clientes sobre o fornecimento de equipamentos, solicitando a eles que rastreassem os contêineres de entrada e busquem rotas alternativas.
Mesmo com o fim da greve, há desafios a serem enfrentados. Congestionamentos no transporte marítimo ainda devem levar dias para serem resolvidos.
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Entre janeiro e agosto de 2024, foram US$ 26,2 bilhões (FOB) em cargas brasileiras exportadas para os americanos e US$ 26,9 bilhões em importações.
Os números representam alta de 10,9% nas exportações e de 2,5% nas importações, em relação ao mesmo período de 2023.