Em 2023, o Brasil registrou o menor preço médio de pneus importados no mundo, com um valor médio de apenas $2,9 por quilo, conforme um estudo da LCA Consultoria Econômica.
Esse valor está significativamente abaixo da média internacional de $4,2 por quilo, evidenciando a alta entrada de produtos asiáticos no mercado brasileiro. Essa discrepância de preços tem gerado preocupação na indústria nacional.
Neste post, exploramos como a entrada de pneus asiáticos está impactando o mercado e o que esperar das futuras políticas governamentais.
Indústria de pneus no Brasil
Segundo dados da Logcomex, no primeiro semestre de 2024, as importações brasileiras de pneus, especificamente os de automóveis de passageiros, registraram um aumento expressivo.
Comparando os resultados do mesmo período de 2023, o valor FOB (Free on Board) cresceu de $312 milhões para $414 milhões, representando um incremento de 32%.
Em termos de volume, as importações saltaram de 102.600 toneladas em 2023 para 145.585 toneladas em 2024, marcando um crescimento de 42%.
China lidera importações de pneus no Brasil
A concentração das importações por país de origem também é um fator crucial nesse cenário. Segundo os dados de 2024 da Logcomex, a China é responsável por 72% do total de pneus importados pelo Brasil, com um valor FOB de $290 Mi.
Esse domínio chinês no mercado brasileiro acirra as tensões comerciais, à medida que fabricantes locais, representados pela Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP), pressionam o governo para impor medidas protecionistas.
A demanda principal é por um aumento nas tarifas de importação, que poderiam chegar a 35%, visando proteger não só os empregos nacionais, mas também a integridade da cadeia produtiva local.
Santa Catarina: o maior estado importador de pneus do Brasil
No contexto regional, o estado de Santa Catarina se destaca como o maior importador de pneus no Brasil, com um valor FOB de $171,4 milhões em 2024, representando 42% do total.
Essa concentração regional reflete a infraestrutura logística e a proximidade com os principais portos, que facilitam a entrada de grandes volumes de importados.
Diante desses dados, a decisão do governo, esperada para setembro, será crucial. A implementação de tarifas mais altas pode, por um lado, aliviar a pressão sobre a indústria nacional, mas por outro, pode desencadear uma retaliação por parte dos países exportadores, especialmente a China.
Além disso, o impacto nos preços ao consumidor final também deve ser considerado, pois qualquer aumento tarifário tende a ser repassado ao mercado.