Importação de máquinas e motores impulsiona produtividade, mas desafia indústria

A importação de máquinas e motores desempenha um papel crucial na modernização e competitividade da produção nacional brasileira. Nos últimos anos, observou-se um aumento significativo na aquisição desses equipamentos, refletindo a busca por maior eficiência e produtividade em diversos setores da economia.

De acordo com dados do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (IEDI), a importação de bens de capital, que inclui máquinas e equipamentos industriais, atingiu US$ 32,5 bilhões nos primeiros onze meses de 2024, um crescimento de 21% em relação ao mesmo período de 2023. Esse incremento destaca a tendência de investimentos em tecnologia de ponta para aprimorar processos produtivos e reduzir custos operacionais.

O governo brasileiro tem implementado medidas para incentivar a importação de equipamentos sem similar nacional, visando impulsionar a indústria local. Em maio de 2023, o Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) zerou o imposto de importação de 628 máquinas e equipamentos industriais sem produção nacional. Essa iniciativa busca facilitar o acesso a tecnologias avançadas, promovendo a competitividade das empresas brasileiras no mercado global.

Segundo dados da Logcomex, nos primeiros dois meses do ano de 2025, a divisão ISIC de Máquinas e Equipamentos teve um valor FOB importado de US$ 4,77 bilhões, um incremento de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior. Destacam-se os seguintes NCMs:

  • 8415.90.90: Ar-condicionado:
    • FOB: US$ 172 milhões (+31%)
  • 8479.89.99: Máquinas e aparelhos mecânicos:
    • FOB: US$ 139 milhões (+8%)
  • 8431.49.29: Partes de máquinas e aparelhos de terraplanagem:
    • FOB: US$ 108 milhões (+38%)

Ainda de acordo com a Logcomex, os principais países exportadores de máquinas e equipamentos para o Brasil são: China, com 42% do market share, os Estados Unidos, com 14%, e Alemanha, com 10%. Quanto aos estados que mais importam no Brasil, destacam-se São Paulo, com 37%, Santa Catarina, com 14%, e Paraná, com 9%. 

A importação de máquinas e motores é vital para o desenvolvimento industrial do Brasil, proporcionando acesso a tecnologias avançadas e aumentando a eficiência produtiva. Contudo, é fundamental que haja um equilíbrio entre a incorporação dessas tecnologias e o incentivo à produção nacional, assegurando um crescimento econômico robusto e sustentável.