O cenário farmacêutico brasileiro é marcado por projeções de crescimento sustentado nos próximos anos, conforme apontado pelo estudo de Perspectivas Econômicas Mundiais do FMI de abril de 2023. Por isso, elaboramos este artigo trazendo as perspectivas, tendências e desafios que estão moldando esta indústria e um panorama da importação de medicamentos no Brasil.
As estimativas do FMI indicam que o setor farmacêutico brasileiro tem previsão de crescimento entre 1,0% e 1,5% ao ano para os anos de 2023 e 2024.
Esse crescimento é fundamentado nas análises do mercado farmacêutico que consideram os canais retail e non-retail em crescimento semelhante, porém guiados por distintos fatores.
Determinantes de crescimento non-retail | Determinantes de crescimento retail |
Inovação de produtos | Aumento da oferta de serviços nas farmácias |
Estilo de vida | Estilo de vida/conscientização sobre autocuidado |
Expansão dos gastos do governo com saúde | Recuperação da economia (apesar de lenta) |
Maior proporção de áreas terapêuticas com “crescimento sustentável” | Inovação de produtos |
Envelhecimento populacional | Envelhecimento populacional |
Recuperação da economia | Envelhecimento populacional |
No contexto econômico, é provável que as taxas de juros permaneçam elevadas, porém, o ciclo de aumento possivelmente chegou ao fim, indicando uma inflação projetada de 4,5% ao ano no Brasil.
No âmbito político, o Governo Federal planeja fortalecer a área de saúde, investindo em produção local e reativando programas como o Farmácia Popular e o Mais Médicos.
A digitalização e o compartilhamento de dados também estão no radar para fortalecer os sistemas de saúde.
A indústria farmacêutica brasileira apresenta perspectivas moderadamente positivas, com investimentos planejados para os próximos dois anos.
As tendências apontam para um crescimento contínuo do varejo farmacêutico e uma maior complexidade nas relações com pagadores e provedores de serviços de saúde.
O uso crescente de Real-World Evidence (RWE) e o engajamento digital também ganham destaque.
No cenário das oportunidades, o mercado de biossimilares se mostra promissor após a perda de exclusividade de biológicos. Assim como o mercado de moléculas não biológicas patenteadas.
Assim, para manter a competitividade, as empresas precisarão enfrentar desafios iminentes, desenvolvendo estratégias pós-LoE (Loss of Exclusivity) e investindo em inovação incremental.
O crescimento inorgânico também está em foco, com fusões, aquisições e acordos de licenciamento sendo alternativas tanto para empresas locais quanto multinacionais.
Essas estratégias visam complementar portfólios e adentrar novas áreas, contribuindo para o dinamismo do mercado farmacêutico no Brasil.
No Brasil, o mercado internacional torna-se essencial para medicamentos, principalmente genéricos, expandindo a oferta local. Contudo, desafios como impostos e logística afetam a produção nacional.
A demanda por remédios estrangeiros cresce devido à insuficiência da oferta interna.
A Interfarma aponta que a demanda interna crescente e a escassa produção nacional impulsionam as importações.
Entre 2020 e 2021, o Brasil viu um aumento de 56% nas importações de medicamentos, com destaque para a importação de vacinas que aumentou 461% devido à Covid-19.
O processo de importação de medicamentos tornou-se mais ágil e flexível, com menos exigências burocráticas.
Ainda assim, importar no Brasil, inclusive produtos vitais, é desafiador devido à complexa burocracia e alta carga tributária.
Apesar das vantagens como preços competitivos e tecnologias inovadoras, importar medicamentos requer planejamento minucioso.
A Anvisa estabelece exigências técnicas, como a Licença de Importação (LI), a ser deferida antes do embarque.
Para aproveitar as oportunidades, um planejamento sólido é fundamental. O sucesso nas importações depende de experiência, investimento e cumprimento das exigências regulatórias.
No cenário farmacêutico brasileiro, a importação de medicamentos desempenha um papel crucial para atender à crescente demanda. Enquanto desafios persistem, o planejamento estratégico possibilita aproveitar as vantagens do mercado internacional.
Para obter os dados da importação de medicamentos, fizemos uma pesquisa na plataforma NCM Intel da Logcomex.
A busca envolveu produtos cuja classificação inicia com “3004”. Que, na indústria, representam materiais compostos ou produtos considerados acabados.
Na imagem abaixo, extraída do módulo NCM Intel da Logcomex, é possível observar como primeiros itens o 3004.90.69 e o 3004.90.79.
São medicamentos constituídos por produtos misturados, preparados para fins terapêuticos ou profiláticos, em doses ou acondicionados já para a venda. Respeitando suas respectivas classificações e composições.
Existem diversos países que ficam na produção de medicamentos e insumos farmacêuticos para a exportação.
Abaixo pode-se observar a relação de rotas de países de origem com maior volume de exportações ao Brasil.
Nessa relação, os EUA são os principais exportadores de itens da categoria 3004 de medicamentos acabados para o Brasil.
No que diz respeito às URFs que recebem estes itens, o aeroporto de Guarulhos aparece como principal local de entrada, seguido do Porto de Santos.
Em relação aos modais de transporte dos medicamentos importados, o marítimo domina, seguido pelo aéreo.
Já entre os principais estados brasileiros importadores de medicamentos, São Paulo encabeça a lista, seguido pelo Rio de Janeiro e Santa Catarina.
A etapa inicial da importação de remédios é a definição do código da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). Afinal, ela dá o norte referente aos regimes de impostos e órgãos anuentes (se aplicável).
Aliás, o fornecedor pode ser consultado para referência, mas é importante ter um validador local especialista no assunto. Assim evita-se o risco de classificar o produto incorretamente, uma vez que esse erro no Brasil gera multas.
Sabendo o NCM, é importante verificar se o material precisará passar por análise por algum órgão antes de sua nacionalização ou antes ainda de entrar no país.
Alguns itens precisam de autorização prévia por conta de sua composição e/ou quantidade.
Se não for o caso, libera-se a autorização do embarque, mas antes da nacionalização é preciso submeter ao órgão responsável para solicitar autorização — considerando que cada órgão tem suas particularidades e requerimentos específicos.
É importante analisar se o material importado precisa de algum tipo de cuidado especial como o controle e o monitoramento de temperatura ou algum tipo de segregação por conta da natureza da carga (itens perigosos, por exemplo).
Ainda nessa etapa, deve haver um cuidado com embalagem e a armazenagem do produto, cuja preservação objetiva evitar qualquer tipo de contaminação à sua eficácia e composição.
Também deve-se coordenar o transporte nacional com cuidado. Afinal, qualquer desvio de rota ou exposição da carga a temperaturas não adequadas pode ocasionar a perda do produto. Em especial os biológicos que se perdem nesses caso e devem ir a descarte imediato.
Com o NCM Intel, da Logcomex, você tem uma visão profunda e detalhada da importação de remédios, fundamentando sua estratégia em dados. Com isso, você consegue negociações mais lucrativas e se posiciona como liderança no setor.
Afinal, você tem acesso a dados como valor FOB total e peso importado, preços praticados no mercado, tributação, média do frete, principais rotas, UFs exportadoras, portas de entrada dos medicamentos, tendências, principais players do mercado e muito mais.
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