Por muitos anos os Estados Unidos foi considerado o principal parceiro comercial do Brasil, tanto nas importações quanto nas exportações, porém com o crescimento da China, o gigante asiático se tornou a principal origem dos produtos importados e exportados, tanto para o Brasil quanto para a América.
Neste artigo, você vai poder analisar o cenário atual das importações com origem nos Estados Unidos e identificar possíveis tendências.
Atualmente, os Estados Unidos representam 10,3% de todas as exportações e 17,6% de todas as importações brasileiras.
De janeiro a julho de 2021 as importações aumentaram 14,6% comparado ao mesmo período do ano anterior, o que representa U$S2.5 bilhões. Os principais produtos importados dos EUA para o Brasil no primeiro semestre de 2021 foram:
Já os principais produtos exportados do Brasil para os EUA foram:
As principais unidades de desembaraço foram: Santos, Aeroporto de Viracopos, Uberlândia, Jundiai, Aeroporto do Rio de Janeiro, São José dos Campos, São Paulo e o porto do Rio de Janeiro.
Ao realizar uma pesquisa na plataforma da Logcomex, é possível observar que os principais modais utilizados das importações brasileiras foram em primeiro lugar o marítimo e em segundo o aéreo.
Os portos que mais se destacam nos Estados Unidos são:
Já os aeroportos americanos com maior movimentação de carga são:
Assim como ao redor do mundo, a logística portuária dos Estados Unidos também enfrenta dificuldades. Em razão da pandemia e do aumento da demanda do comércio internacional, os portos norte-americanos estão cada vez mais congestionados.
Os navios levam mais tempo para atracar, o que causa uma reação em cadeia: há muitos contêineres chegando, mas a falta de espaço nos armazéns e terminais não permite que eles sejam descarregados imediatamente.
“As chances de sua embarcação chegar a tempo são de cerca de 40%, quando era de 80% no ano passado”, afirmou Bob Biesterfeld, CEO da C.H. Robinson Worldwide, Inc. (uma das maiores empresas logísticas americanas), para a CNN Business.
Além do congestionamento, há uma outra questão que piora essa situação: a falta de motoristas de caminhão para levar as mercadorias para o consumidor ou importador.
Dados da American Truck Associations (ATA) mostram que seria necessário contratar cerca de 1.1 milhão de motoristas para suprir a falta de profissionais para os próximos 10 anos. Esse problema está afetando a distribuição de combustível, uma vez que ele não é entregue a tempo nos aeroportos e o resultado disso é o atraso e cancelamento de voos, tanto no transporte comercial como nos de carga.
Por muito tempo a China e os Estados Unidos viveram uma guerra comercial, mas sabe-se que atualmente eles também são grandes parceiros comerciais e são interdependentes.
Por esse motivo, hoje enfrentam um desafio muito maior do que as retaliações sofridas anteriormente: o valor do frete internacional.
No início de agosto, a tarifa da rota China (costa leste) – Estados Unidos (costa oeste), registrou um recorde histórico. Desde o início da história da utilização de contêineres, o valor nunca foi tão caro.
A temporada de compras americanas (Black Friday e Natal) se aproxima e as importações se tornam ainda mais necessárias. Mas este é mais um ano em que, agora, além do aumento nos surtos da variedade delta da COVID-19, importadores americanos precisarão enfrentar portos fechados e adversidades climáticas
Observa-se que eles já estejam buscando estratégias que variam desde aumentar o número de contratos com empresas de navegação a comunicar o cliente final uma possível falta de produtos.
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Em entrevista para CNBC (Consumer News and Business Channel), Hua Joo, consultor executivo da consultoria de pesquisa Alphaliner afirmou que:
“Os navios só podem ser operados de forma lucrativa em negócios onde as taxas de frete são mais altas, e é por isso que a capacidade está mudando, principalmente para os EUA”.
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Tanto Estados Unidos quanto Brasil podem perceber que as importações com origem da China, além de mais demoradas que o normal, estão ainda mais caras.
Por conta disso, acredita-se existir uma forte tendência de mercado para a chamada interregionalidade, que ocorre quando o comércio internacional se dá dentro de determinadas regiões — da qual Brasil e a América Latina podem se beneficiar com importações provenientes dos Estados Unidos e vice-versa.
As companhias de navegação não preveem uma melhora repentina dos custos de frete, tampouco para a organização da cadeia logística internacional.
É possível perceber que a crise não se limita ao Brasil, mas está presente em todo o cenário mundial. Por esse motivo, é de extrema importância estudar e analisar dados para encontrar alternativas inteligentes para sua importação ou exportação.
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