Importação de autopeças chinesas cresce 38,8% em um ano no Brasil

A participação da China no mercado de autopeças importadas pelo Brasil cresce de maneira expressiva, refletindo as mudanças no setor automotivo nacional.

Enquanto o valor total (FOB) de importações de peças e acessórios para automóveis (SH4 8708) subiu 8,3% nos nove primeiros meses de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023, as compras da categoria com origem na China saltaram 38,8%, segundo dados da Logcomex.

Ao todo, foram movimentados US$ 5,95 bilhões (FOB) na importação de autopeças pelo Brasil, dos quais US$ 986,8 milhões vieram da China.

Com isso, a fatia de mercado dos produtos vindos do país asiático, que era de 12,9% em 2023, saltou para 16,6% em 2024, sempre considerando o acumulado entre janeiro e setembro de cada ano. Outros importantes fornecedores do segmento são Japão (13%), Alemanha (10%), México (10%) e Suécia (7%).

Até 2019, a China era apenas o quarto principal fornecedor de peças e acessórios para automóveis, atrás de México, Japão e Alemanha. A liderança foi alcançada pelo país asiático em 2022.

O aumento nas importações de autopeças chinesas acompanha a crescente entrada de modelos daquele país, notadamente com motores eletrificados, no mercado brasileiro. Com isso, tem crescido também a demanda por peças de reposição, acessórios e componentes específicos para veículos elétricos e híbridos chineses.

O valor total de importações de modelos eletrificados subiu 1.100%, de US$ 112,7 milhões (FOB) nos seis primeiros meses de 2023, para US$ 1,3 bilhão (FOB), no mesmo intervalo de 2024. Desse montante, US$ 1,2 bilhão (89%) veio da China.

Algumas marcas chinesas têm mantido estoque em centros de distribuição no Brasil, como a GWM, em Cajamar (SP) e a BYD em Cariacica (ES). Ambas pretendem iniciar linhas de produção de veículos híbridos e elétricos em território brasileiro a partir de 2025.