Importação de Produtos Químicos Cresce 12,7% Até Setembro de 2024

As importações brasileiras de produtos químicos cresceram 12,7% em volume nos primeiros nove meses de 2024, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados da Associação Brasileira de Produtos Químicos (Abiquim).

A associação foi a principal responsável por pleitear um aumento na alíquota do imposto de importação sobre 29 produtos químicos. O pedido, aprovado em setembro pela Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços (MDIC), elevou a tributação desses itens, que variava de 7,6% a 12,6% para 12,6% a 20%.

A solicitação teve como justificativa o expressivo aumento das importações de produtos químicos provenientes da China, que estaria impactando negativamente a competitividade da indústria nacional.

Entre os produtos monitorados pela entidade, os principais aumentos ocorreram nas quantidades importadas de resinas termoplásticas (+38%), resinas termofixas (+23,7%), intermediários para resinas termofixas (+29,1%), intermediários para fibras sintéticas (+39,9%) e outros produtos químicos orgânicos (+17,9%).

Conforme dados da Logcomex, entre os produtos químicos que tiveram aumento no imposto, os mais importados entre janeiro e setembro, em valor (FOB), foram:

  • Copolímeros de etileno e alfa-olefina, de densidade inferior a 0,94 (NCM: 3901.40.00): US$ 610,4 milhões;
  • Outros polietilenos sem carga, densidade >= 0.94, em formas primárias (NCM: 3901.20.29): US$ 565,8 milhões;
  • Polietileno de densidade inferior a 0,94, sem carga (NCM: 3901.10.30): US$ 451,2 milhões;
  • Polipropileno sem carga, em forma primária (NCM: 3902.10.20): US$ 436,6 milhões;
  • Poli(cloreto de vinila), não misturado com outras substâncias, obtido por processo de suspensão (NCM: 3904.10.10): US$ 315,7 milhões;
  • Copolímeros de propileno, em formas primárias (NCM: 3902.30.00): US$ 232,2 milhões.

No acumulado de janeiro a setembro, as importações brasileiras de produtos químicos totalizaram US$ 47,1 bilhões enquanto as exportações ficaram em US$ 10,9 bilhões. 

Na comparação com o ano anterior, as compras do mercado internacional cresceram 0,9% em valor, enquanto as vendas para o exterior subiram 0,5%.

Com isso, o déficit da balança comercial do setor ficou em US$ 36,2 bilhões, um aumento de 1% em relação ao resultado no mesmo período de 2023, quando o déficit foi de US$ 35,8 bilhões.

Segundo a Abiquim, o principal motivo para a alta nas importações foi a queda no preço dos produtos estrangeiros, “sobretudo de países asiáticos com competitividade sustentada em matérias-primas russas adquiridas com preços beneficiados em razão da guerra no leste europeu”. 

Considerando os nove primeiros meses do ano, os preços médios das importações de produtos químicos caíram 10,5% na comparação com o mesmo período de 2023, ainda de acordo com a Abiquim.

Para a entidade, as elevações emergenciais de tarifa para produtos do setor darão fôlego para a adoção de outras medidas estruturantes que garantam segurança econômica e progresso sustentável.