Importação de trigo pelo Brasil cresce 59% em 2024

O Brasil importou 6,65 milhões de toneladas de trigo em 2024, um avanço de 59,1% em relação a 2023 (4,18 milhões de toneladas) e o maior volume desde 2018, mostram dados da Logcomex.

Somente no mês de dezembro, as importações alcançaram 520,9 mil toneladas, recorde para o mês desde 2019, aponta o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

Apesar de a produtividade média do cereal ter se recuperado ao longo do ano, mantendo a oferta estável em relação a 2023, um aumento na demanda resultou na necessidade maior de importação, segundo relatório do Cepea.

A indústria moageira viu uma expansão na produção de derivados, como farinhas e massas, impulsionada pela retomada do consumo interno e pelo aumento das exportações de produtos alimentícios processados.

Em termos de valor (FOB), no entanto, o aumento nas importações foi mais contido, de 26,9%, alcançando US$ 1,6 bilhão, resultado de uma queda na cotação do produto no mercado internacional.

Segundo a análise do Cepea, os preços cederam ao longo de 2024 devido a um aumento da oferta global na safra 2024/25. Na Argentina, a cotação recuou diante da estimativa de uma safra volumosa e do maior excedente para exportação, os preços também cederam em 2024.

De todo o trigo importado pelo Brasil em 2024, cerca de 64% tiveram como origem o país vizinho. Desde o dia 1º de dezembro, a importação do cereal argentino foi simplificada, o que tornou mais ágil o processo.

Atendendo a uma demanda do setor moageiro, o gerenciamento de risco para o cereal argentino agora é feito nos portos, sem a necessidade de armazenamento prévio em silos alfandegados, como ocorria antes. 

A medida reduz custos para as indústrias que fazem a importação do insumo para fabricação de produtos alimentícios.

Apesar do dólar em alta, a tendência é que o volume de importação permaneça elevado, com preços do cereal estáveis.