Principal importador de óleo de soja do Brasil, a Índia aumentou no último fim de semana o imposto básico de importação sobre o produto em cinco vezes. A decisão, que já vinha sendo discutida semanas atrás, é uma forma de apoiar produtores locais de oleaginosas, insatisfeitos com a queda nos preços.
Com a medida, que também afeta óleos de palma e girassol, o valor dos itens tende a subir enquanto a procura deve cair, reduzindo as importações feitas pelo país.
Mais de 70% da demanda interna da Índia por óleo vegetal é suprida pelo mercado externo. Em julho, as importações de óleo vegetal pelo país aumentaram 22,2%, para 1,9 milhão de toneladas, o segundo maior valor já registrado.
Segundo dados da Logcomex, de janeiro a agosto de 2024, o país comprou 473 mil toneladas de óleo de soja bruto do Brasil, 62,4% de todas as exportações brasileiras do produto. O valor FOB no comércio do setor entre os dois países nos sete primeiros meses do ano foi de US$ 431 milhões, 15,11% de todas as exportações do Brasil para a Índia.
As exportações brasileiras de óleo de soja bruto para a Índia já apresentaram um recuo de mais de 50% em termos de volume em relação ao ano passado. A queda ocorre após o país asiático acabar com a isenção de impostos sobre o produto importado a partir de abril de 2023.
Agora, com a instituição de uma taxa alfandegária básica de 20% sobre óleos brutos de palma, soja e girassol, a tributação total sobre os três itens subiu, na prática, de 5,5% para 27,5%, uma vez que o governo indiano já cobrava uma taxa de Infraestrutura Agrícola e Desenvolvimento sobre os produtos. No caso dos óleos refinados, a tarifa de importação subiu de 13,75% para 35,75%.