A indústria de transformação do Brasil saltou da 70ª, no ano passado, para a 40ª posição no ranking mundial de crescimento da produção, que inclui 116 países, segundo levantamento do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), a partir de informações divulgadas pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido, na sigla em inglês).
No segundo trimestre de 2024, ante o mesmo período do ano anterior, a produção industrial da transformação cresceu 2,9%, de acordo com a pesquisa.
Dados da Logcomex mostram que, no comércio exterior, as exportações de bens da indústria de transformação brasileira cresceram 1,5% nos nove primeiros meses de 2024, na comparação com o mesmo período de 2023. O valor total das remessas internacional foi de US$ 131,4 bilhões para US$ 133,4 bilhões.
Os setores que mais exportaram no período, de acordo com os dados da Logcomex, foram:
- Fabricação de produtos alimentícios (US$ 48,8 bi);
- Fabricação de metais básicos (US$ 17 bi);
- Fabricação de papel e produtos de papel (US$ 9,7 bi);
- Fabricação de veículos automóveis, reboques e semi-reboques (US$ 9,5 bi);
- Fabricação de coque e produtos petrolíferos refinados (US$ 9,4 bi).
Conforme o Iedi, parte do dinamismo visto na indústria de transformação brasileira em 2024 é resultado de um impacto defasado do último ciclo de redução da taxa básica de juros, que facilitou o acesso ao crédito para consumo de bens duráveis. Esse “delay” na atividade costuma ser de alguns meses.
O mais recente ciclo de cortes na Selic pelo Banco Central (BC) teve início em agosto do ano passado, quando a taxa recuou de 13,75% para 13,25%, e foi até maio de 2024, quando parou em 10,5%, antes de subir para 10,75% em setembro. Outros fatores incluem aumento da renda real média e do capital circulante e acomodação do processo inflacionário.
O pagamento antecipado de precatórios, que injetou condições de demanda na economia, o retorno de financiamentos de longo prazo para investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o programa de incentivo a montadoras automotivas também contribuíram.
O desempenho da indústria de transformação deve contribuir para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024. Nos 12 meses encerrados em agosto, o PIB crescia 2,8%, alavancado por uma alta de 1,9% da indústria de transformação, segundo dados do Monitor do PIB da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Ainda segundo o levantamento do Iedi, no primeiro semestre de 2024, em comparação com o mesmo semestre do ano passado, a indústria de transformação brasileira cresceu 2,3%, ante uma elevação de 2,0% no total mundial.