O presidente do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes, defendeu nesta semana que o sistema cota-tarifa para o setor seja renovado em maio de 2025 com uma revisão na cota de importação.
O sistema foi criado a pedido do setor para conter a entrada de produtos de aço chineses e proteger a indústria siderúrgica local.
Em vigor desde junho e por um prazo de um ano, o programa tomou como base a média de importação de 2020 a 2022 mais um porcentual de 30%.
Até esse patamar, os volumes continuam com a alíquota de 10,8%, enquanto o excedente passou a ser sobretaxado com um porcentual de 25%.
Para a entidade, no entanto, a medida, não surtiu os efeitos desejados.
Dados divulgados recentemente pelo Instituto Aço Brasil mostram que os volumes importados dos nove tipos de produtos siderúrgicos que foram enquadrados no programa de cota-tarifa tiveram uma redução de apenas 0,3% no período de junho a setembro, comparado com igual período de 2023.
Segundo Mello Lopes, parte da frustração se deve ao fato de a indústria chinesa ter reduzido expressivamente os preços de seus produtos a cada nova tarifa imposta.
Dados da entidade mostram que a tonelada do aço exportada da China registrou uma redução de 13,3% do preço em 2024.
O setor estuda processos comerciais, como outras medidas antidumping e salvaguardas, para tentar reequilibrar a competição com o aço chinês.
Outra demanda da indústria siderúrgica é a inclusão ao sistema de cota-tarifa de mais nove produtos que atualmente estão sendo alvo de circunvenção, seja por mudanças de tipo de material ou alterações de origem.
De acordo com dados da Logcomex, no acumulado de janeiro a novembro, o volume de importações da cesta dos 11 produtos incluídos no sistema cota-tarifa cresceu 12% em relação ao mesmo período de 2023.
Cerca de 89% do valor total importado das mercadorias (US$ 1,26 bilhão de US$ 1,43 bilhão) veio da China.