Inflação pressiona transportes e acende alerta para comércio exterior

O aumento dos combustíveis pesou no IPCA-15 de fevereiro, com o grupo Transportes registrando alta de 0,44%. O diesel subiu 2,42%, impactando diretamente o modal rodoviário, essencial para o comércio exterior do Brasil, principalmente nas exportações para o Mercosul.

O Brasil depende fortemente do transporte rodoviário para exportações e importações com a Argentina, nosso 3º maior destino de vendas externas e 4º maior fornecedor. O impacto do aumento do diesel se reflete nos custos de frete e na competitividade dos produtos comercializados com o país vizinho.

As importações brasileiras da Argentina somaram US$ 13,57 bilhões em 2024, registrando um crescimento de 13,2% em relação ao ano anterior, quando totalizaram US$ 11,99 bilhões. Mesmo diante de desafios econômicos, os dados indicam um fortalecimento da relação comercial entre os dois países.

Levantamentos da plataforma NCM Intel, da Logcomex, mostram que os principais produtos importados da Argentina foram:

  • Veículos automóveis e autopeças: cresceu 15%, totalizando US$ 6,27 bilhões.
  • Produtos agropecuários: subiu 39% em valor FOB, alcançando US$ 1,05 bilhão.
  • Óleos brutos de petróleo: houve uma queda de 37%, atingindo US$ 539 milhões.
  • Produtos químicos e alimentícios: ambos apresentaram crescimento, com os produtos químicos aumentando 15% e os produtos alimentícios 18%.

Estados mais impactados

As importações da Argentina em 2024 foram concentradas nos estados do Rio Grande do Sul (US$ 3,09 bilhões – 23%), São Paulo (US$ 2,13 bilhões – 16%) e Espírito Santo (US$ 1,59 bilhão – 12%), indicando que esses estados podem sentir os efeitos do aumento do diesel com mais intensidade, dado seu alto volume de importação rodoviária.