O grupo dinamarques de transporte marítimo Maersk espera que o volume do mercado global de contêineres cresça de 5% a 7% em 2025, declarou Charles van der Steene, presidente da companhia para a América do Norte na semana passada.
Segundo ele, o aumento deve ser impulsionado pela forte demanda dos Estados Unidos, onde uma possível greve portuária e novas tarifas sobre produtos estrangeiros se aproximam.
Também na semana passada, a Federação Nacional de Varejo dos Estados Unidos afirmou que o tráfego de carga de entrada deve atingir recordes em novembro e dezembro, devido à perspectiva de uma greve de estivadores nos portos da Costa Leste do país em janeiro e aos possíveis aumentos de tarifas de importação anunciados pelo presidente eleito.
Apesar de manter a previsão de que as rotas pelo Canal de Suez permanecerão interrompidas no próximo ano, a Maersk considera que a demanda “resiliente” de empresas americanas continuarão a estimular o consumo de contêineres.
Desde o fim do ano passado, ataques de militantes Houthis a embarcações no Mar Vermelho interromperam a rota, forçando o redirecionamento de remessas, causando congestionamento em portos asiáticos e europeus e elevando as taxas de frete em todo o mundo.
No fim de outubro, o grupo dinamarquesa reportou um forte desempenho no terceiro trimestre de 2024, com crescimento em todos os segmentos de negócios na comparação com o ano anterior.
O bom resultado foi impulsionado principalmente pelo segmento de transporte marítimo, que teve influência das maiores taxas de frete, mas também do crescimento no volume de cargas, resultando em um aumento de 41% na receita.
A empresa informou ainda que, para ajudar clientes americanos a se planejarem para o futuro, tem analisado rotas de seus pedidos com até dois meses de antecedência, para determinar se é mais adequado fazer o transporte para uma ou outra costa do país ou usar o frete aéreo.
O Brasil vem sustentando no longo prazo um crescimento no comércio exterior por via marítima. Segundo dados da Logcomex, a corrente de comércio (exportações+importações) chegou a US$ 554,7 bilhões (FOB) no acumulado de janeiro a novembro, sendo US$ 242,4 bilhões em importações e US$ 312,3 bilhões em exportações.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, a corrente de comércio cresceu 4,2%. As vendas ao exterior avançaram 0,4%, enquanto o valor total de mercadorias entrantes no país teve alta de 9,5%.