A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) prepara um pacote de sugestões ao governo visando incentivar as exportações de automóveis, diante do desequilíbrio da balança comercial do setor provocada pelas importações crescentes de carros chineses.
Segundo dados da Logcomex, o valor total de veículos importados da China disparou 264,4% nos 11 primeiros meses de 2024, frente ao mesmo período do ano passado.
As compras do setor do país asiático até novembro deste ano somaram US$ 3,1 bilhões (FOB), o que corresponde a 39,8% de todas as importações de veículos pelo Brasil neste ano.
O movimento foi impulsionado principalmente pela entrada de híbridos e elétricos. Veículos chineses movidos exclusivamente a bateria (NCM 8703.80.00) somaram US$ 1,5 bilhão (FOB) em importações, enquanto os chamados híbridos plug-in (NCM 8703.60.00) totalizaram mais US$ 1,9 bilhão.
O pacote de demandas do setor é composto de medidas regulatórias que reduzam o Custo Brasil e apoiem acordos bilaterais com países que são destinos das exportações brasileiras.
Na semana passada, ao divulgar o balanço do setor nos 11 meses de 2024, a Anfavea destacou que os emplacamentos de veículos importados superaram as exportações.
Conforme o mais recente relatório da entidade, de janeiro a novembro foram licenciados 413,9 mil carros importados, enquanto o total de automóveis montados exportados foi de 366,7 mil.
Os efeitos do aumento nas importações dos carros elétricos chineses só não foram maiores sobre a balança comercial da indústria automotiva nacional porque, as exportações para a Argentina, principal destino internacional da produção brasileira, cresceram 45,7% no período de janeiro a novembro e somaram US$ 1,9 bilhão (FOB).
Projeções feitas pela associação indicam que em 2025 os emplacamentos de veículos importados devem seguir superando as exportações.
Para o próximo ano, a previsão é que as vendas externas cheguem a 428 mil unidades, algo em torno de 6,2% a mais na comparação com este ano.
As exportações brasileiras, no entanto, estão cada vez mais concentradas no vizinho sul-americano, o que gera preocupação no setor automotivo nacional.