Obras de ponte da Rota Bioceânica chegam a 63% de execução

As obras para implantação da Rota Bioceânica, que conectará de forma direta a costa leste do Brasil à costa oeste do Chile, passando por Paraguai e Argentina, seguem em ritmo acelerado.

A chamada Ponte da Bioceânica, entre Carmelo Peralta, no Paraguai, e Porto Murtinho (MS), no Brasil, chegou a 63,91% das obras executadas, com previsão de conclusão até março de 2026, segundo o Ministério de Obras Públicas e Comunicações (MOPC) do Paraguai.

A estrutura, que está sendo financiada pela administração paraguaia da Itaipu Binacional, terá 1.294 metros de extensão, incluindo uma seção estaiada de 632 metros sobre o Rio Paraguai, com vão central de 350 metros e pilares de 130 metros de altura.

Já o último trecho ainda sem pavimentação da Rota Bioceânica, que compreende 224,8 quilômetros entre as cidades paraguaias de Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo, alcançou 16% de conclusão.

No momento, as atividades incluem manutenção de estradas de serviço, limpeza e desmatamento, construção de cercas, conformação de aterros e fornecimento de água potável para comunidades indígenas da região.

Segundo o MOPC, mais de 1.000 trabalhadores estão diretamente envolvidos na execução do projeto, que beneficiará 225 mil pessoas de forma indireta quando concluído.

No Brasil, avança a construção do acesso entre a BR-267 e a Ponte da Bioceânica, uma obra orçada em R$ 427 milhões e executada pelo Consórcio PDC Fronteira. O projeto inclui uma alça de 13,1 quilômetros, o contorno rodoviário de Porto Murtinho e o centro aduaneiro que fará o controle fronteiriço.

As obras começaram em 20 de setembro e têm prazo de conclusão de 26 meses. Atualmente, estão sendo realizadas atividades de limpeza e isolamento na área do traçado.

Quando concluída, a Rota Bioceânica representará um marco para a logística internacional, conectando os oceanos Atlântico e Pacífico e fortalecendo a integração entre Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.

Segundo estudo da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), a rota poderá reduzir em até 4,3 mil quilômetros o trajeto marítimo de exportações brasileiras para a Ásia, com ganho de 12,6% no tempo de transporte, equivalente a cerca de 12 dias.

Os benefícios do novo corredor logístico ganham proporção considerável ao se levar em conta que o principal parceiro comercial brasileiro hoje é a China.

Segundo dados da Logcomex, nos 11 primeiros meses de 2024, o país asiático foi destino de 38% de todas as exportações e origem de 30% das importações brasileiras.

Ao todo, o Brasil enviou o equivalente a US$ 89,4 bilhões (FOB) em mercadorias para a China e recebeu US$ 58,5 bilhões em cargas, o que resulta em uma corrente de comércio de US$ 147,9 bilhões.