Operadores logísticos e governo discutem melhorias no transporte aéreo

Representantes da Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol) e do Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) estiveram reunidos nesta semana para identificar soluções que aumentem a eficiência do transporte aéreo de cargas e a competitividade do setor logístico aeroviário.

No transporte internacional de cargas, o modal aéreo é ideal para mercadorias de alto valor agregado ou que requerem entrega rápida, como eletrônicos, produtos farmacêuticos e alimentos perecíveis.

Os altos custos operacionais, a concentração da infraestrutura em regiões específicas e a burocracia, no entanto, ainda limitam o potencial do setor. 

Nesse contexto, entre as propostas debatidas na audiência estiveram a automação de processos logísticos, modernização dos terminais aeroportuários, estímulo à concorrência no setor aéreo, parcerias público-privadas e revisão regulatória para simplificar a tributação e melhorar o ressarcimento por perdas.

As demandas apresentadas na reunião devem ser revistas por uma equipe técnica e apresentada na próxima reunião da Comissão Nacional de Autoridades Aeroportuárias (Conaero), prevista para este trimestre.

O uso do modal aéreo no comércio exterior brasileiro vem se recuperando nos últimos anos depois de uma queda durante a pandemia de Covid-19.

Segundo dados da Logcomex, em 2024 a movimentação internacional de cargas por aeronaves foi a maior da série histórica iniciada em 1997. Foram 2,6 milhões de toneladas exportadas, alta de 19,6% em relação a 2023, e 262,1 mil toneladas importadas (15%) pelo modal no ano passado.

Em termos de valor FOB, às vendas externas transportadas por via aérea somaram US$ 17,1 bilhões, um crescimento de 10,4% em um ano, enquanto a entrada de produtos estrangeiros por aeronaves somou US$ 52,8 bilhões, avanço de 14,6% na comparação com o ano anterior.

Importantes multinacionais do setor logístico têm apostado no crescimento do modal no Brasil. A DP World, por exemplo, obteve recentemente certificação da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, na sigla em inglês) para oferecer serviços de frete aéreo doméstico e internacional no país.

Com a habilitação, a empresa agora pode negociar diretamente com companhias aéreas, reforçando a atuação no transporte de cargas também por meio de aeronaves.

Já o grupo suíço Mediterranean Shipping Company (MSC), por meio de sua divisão MSC Air Cargo, recebeu autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para a realização de operações aéreas não-regulares para e a partir do Brasil.