Petrobras investe R$ 60 milhões em projeto de eólicas offshore

A Petrobras anunciou que investirá R$ 60 milhões em uma nova fase de testes e medições de ventos no mar, com o lançamento de cinco novas unidades da chamada boia Bravo para coleta, monitoramento e avaliação de recursos eólicos offshore.

A Bravo é um modelo flutuante de sensor Lidar (Light Detection and Ranging), desenvolvido, pela primeira vez, com tecnologia nacional. Trata-se de um dispositivo óptico que utiliza feixes de laser para medir a velocidade e direção do vento, gerando dados compatíveis com o ambiente de operação das turbinas eólicas.

Também é capaz de captar variáveis meteorológicas, como pressão atmosférica, temperatura do ar e umidade relativa, além de variáveis oceanográficas, como ondas e correntes marítimas.

Todos esses dados são essenciais para determinar o potencial de uma área para a produção de energia eólica. O equipamento possui 7 toneladas, 4 metros de diâmetro, 4 metros de altura e um sistema de energia alimentado por módulos de energia solar fotovoltaica.

A tecnologia, projetada de forma inédita para as condições de mar do Brasil, é resultado de um projeto do Centro de Pesquisas, Desenvolvimento e Inovação da Petrobras (Cenpes) em parceria com o Instituto SENAI de Inovação em Energias Renováveis (ISI-ER) e o Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados (ISI-SE).

A primeira unidade Bravo acaba de completar um ano de operações ininterruptas de medições eólicas no mar de Areia Branca, no litoral do Rio Grande do Norte. A segunda será colocada em operação em dezembro, e as quatro restantes até o fim de 2025.

O investimento da empresa na primeira versão da Bravo foi de R$ 11,3 milhões, através do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico do Setor de Energia Elétrica, regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

A segunda fase de medições receberá recursos destinados a PD&I da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Segundo o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim, essa fase do projeto resultará na maior campanha de mapeamento eólico offshore no Brasil.

O investimento da empresa, uma das maiores petrolíferas do mundo, em fontes de energia renovável integra seu plano estratégico para os próximos anos. Até 2028, a empresa prevê alocar US$5,5 bilhões em pesquisas com fontes eólica, solar, de hidrogênio verde e captura de carbono.

O setor de óleo e gás brasileiro projeta um crescimento da produção de combustíveis fósseis antes de uma transição gradual para fontes renováveis.

Hoje o petróleo bruto (NCM 2709.00.10) é o segundo principal produto exportado pelo Brasil em valor (FOB), depois da soja (NCM 1201.90.00).

Conforme dados da Logcomex, considerando o período de janeiro a setembro, o volume total exportado de petróleo bruto chegou a 69 milhões de toneladas, alta de 15% em relação ao mesmo período do ano passado.

O valor FOB chegou a US$ 34,7 bilhões nos nove primeiros meses do ano, avanço de 14% na comparação com o mesmo período de 2023.