O petróleo caminha para se tornar, em 2024, o produto mais exportado pelo Brasil, pela primeira vez na série histórica da balança comercial.
Com o desempenho de novembro, o petróleo (NCM 2709.00.10) alcançou US$ 42,8 bilhões (FOB) em exportações no acumulado do ano, de acordo com dados da Logcomex.
A soja (NCM 1201.90.00), historicamente a mercadoria mais vendida pelo Brasil ao exterior, somou US$ 42,1 bilhões, passando para a inédita segunda posição no quadro de exportações do país.
Ao longo de todo o ano de 2023, para se ter uma ideia, o valor total das exportações de soja totalizou US$ 53,2 bilhões, contra US$ 42,6 bilhões das vendas ao exterior de petróleo.
Nos 11 meses de 2024, o faturamento com exportações de petróleo é recorde na série histórica, superando o observado no mesmo período de 2023 em 9,5%.
Já as remessas internacionais de soja brasileira tiveram um recuo de 1,3% em volume, caindo de 98 milhões de toneladas no acumulado de janeiro a novembro de 2023 para 96,8 milhões de toneladas no mesmo período de 2024.
Em termos de valor, a queda foi ainda maior, diante da desvalorização da commodity agrícola no mercado global. Se nos 11 meses do ano passado as exportações do grão somaram US$ 51,2 bilhões, neste ano a cifra (US$ 42 bilhões) foi reduzida em 17,9%.
A redução nas exportações de soja se deve também à redução da safra. Segundo boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o volume total do grão colhido no ciclo 2023/2024 foi estimado em 147,7 milhões de toneladas, recuo de 7,99 milhões de toneladas em relação ao período anterior.
No caso do petróleo, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção brasileira foi recorde em 2023 e, neste ano, na comparação anual de janeiro a outubro, acumula crescimento de 0,3%.
O Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) estima que, até o fim do ano, o petróleo deva chegar a US$ 47 bilhões em exportações.