PIB cresce 3,4% em 2024, impulsionado por investimentos e modernização da indústria

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou um crescimento de 3,4% em 2024, com destaque para o aumento de 7,3% na formação bruta de capital fixo, indicador essencial para medir os investimentos produtivos na economia. Esse avanço reflete principalmente a expansão na aquisição de máquinas e equipamentos, que cresceram 12% entre os produtos nacionais e 23,5% entre os importados.

O aumento dos investimentos sugere uma modernização da indústria e do agronegócio, setores que dependem diretamente da incorporação de novas tecnologias para ampliar a produtividade. Ao contrário de obras de infraestrutura, que demoram anos para surtir efeito na economia, a substituição de maquinário tem impacto mais imediato na eficiência da produção.

Apesar do crescimento expressivo, a taxa de investimento do país ficou em 17% do PIB, ainda abaixo do patamar considerado ideal, acima de 20%. Além disso, há preocupações com os impactos da política comercial dos Estados Unidos, que vem afetando o comércio internacional. 

O aumento de tarifas e a revisão de acordos comerciais podem encarecer insumos e dificultar a importação de bens essenciais para a produção industrial brasileira, reduzindo a competitividade do setor.

Importações dos EUA

Os Estados Unidos foi um dos maiores fornecedores de produtos importados pelo Brasil, com um total de US$ 40,65 bilhões em exportações para o país em 2024, um crescimento de 7% em relação a 2023. Entre os produtos mais importados, destacam-se peças e componentes para a indústria, especialmente partes de turborreatores e turboélices (+36%) e turborreatores de empuxo superior a 25 kN (+21%). 

O setor de energia também teve forte impacto, com um aumento significativo na importação de gás natural liquefeito (+618%), enquanto a compra de óleo diesel caiu 44%, possivelmente refletindo mudanças na matriz energética brasileira.

Os setores que mais demandaram importações foram químicos (US$ 8,36 bilhões, +3%), equipamentos de transporte, excluindo veículos automotores (US$ 8,28 bilhões, +31%) e máquinas e equipamentos industriais (US$ 3,91 bilhões, -5%). 

Apesar do crescimento nas importações de bens essenciais para a modernização produtiva, alguns setores registraram queda, como veículos automotores (-6%) e equipamentos elétricos (-3%), o que pode indicar uma substituição por novos fornecedores (exemplo: China).

O cenário atual reflete um processo de transformação produtiva no Brasil, com investimentos direcionados à modernização industrial e mudanças no perfil de importação de insumos estratégicos. No entanto, o ambiente de incerteza global, impulsionado por políticas comerciais restritivas e oscilações no mercado de energia, pode impactar o ritmo desses investimentos no futuro.