A produção de fevereiro somou 217,4 mil unidades — o maior volume para o mês desde 2019 — e o acumulado do primeiro bimestre chegou a 392,9 mil, crescimento de 14,8% em relação ao mesmo período de 2024, segundo a ANFAVEA.
Dois fatores sustentam essa retomada: a recuperação do mercado interno e o avanço das exportações. De acordo com dados da Logcomex, o setor de veículos automotores, reboques e semirreboques exportou US$ 2,23 bilhões até fevereiro de 2025, um aumento de 27% frente ao mesmo período de 2024.
Em volume, foram mais de 236 mil toneladas (+22%). A Argentina foi o principal destino, com FOB de US$ 1,2 bilhão — o equivalente a 54% de todo o valor exportado. Em seguida vieram México, Chile e EUA.
Entre os produtos que mais contribuíram para essa performance estão:
- Automóveis até 1.000 cm³ (NCM 87032100): +137% em valor FOB
- Automóveis de 1.000 a 1.500 cm³ (NCM 87032210): +80% FOB
- Veículos de carga até 5t (NCM 87043190): +35% FOB
- Tratores rodoviários (NCM 87012100): +94% FOB
- Já os elétricos e híbridos (NCM 87034000) registraram queda de 28% no valor exportado.
Além do setor automotivo, o segmento de máquinas e equipamentos também teve desempenho misto:
- Blocos de cilindros e cabeçotes (NCM 84099912): alta de 28% em peso, mas queda de 28% em valor
- Partes e acessórios para tratores (NCM 87089990): leve recuo de 1% no FOB
Do lado doméstico, o mercado seguiu aquecido. Com 356,2 mil unidades vendidas no bimestre, este é o melhor início de ano desde 2020. As vendas diretas cresceram 39% e impulsionaram o bom resultado.
A ANFAVEA, no entanto, faz um alerta: a presença de importados no mercado interno ultrapassou 21%, maior nível desde 2012, impulsionada principalmente por veículos eletrificados de fora do Mercosul, especialmente os chineses.