• Maio 22 2025

Químico e farmacêutico: como identificar riscos nas importações

A indústria química e farmacêutica está no centro da inovação global. Países como Estados Unidos, China, Alemanha e Índia expandem continuamente sua capacidade produtiva para abastecer mercados menos estruturados — como o Brasil — com insumos e soluções de alta tecnologia.

Esse cenário gera bilhões de dólares em movimentação anual na balança comercial. Porém, o que poucos sabem é que este segmento também está entre os mais expostos a riscos fiscais e regulatórios. Neste artigo, vamos explorar como a correta classificação fiscal pode prevenir prejuízos e quais ferramentas ajudam a evitar multas e penalidades.


O que é a NCM e por que ela importa nas importações de químicos e fármacos

A NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) é um código de oito dígitos usado para classificar mercadorias no comércio exterior. Ela define quais tributos devem ser aplicados e quais órgãos reguladores precisam ser acionados, como Anvisa ou MAPA.

A estrutura da NCM segue o padrão internacional do Sistema Harmonizado (HS Code), com os dois últimos dígitos adaptados ao Mercosul. Erros na definição dessa classificação podem desencadear problemas legais, operacionais e fiscais.


Risco regulatório x risco fiscal: entenda a diferença

Do ponto de vista do importador, multas são o maior temor — e elas costumam ser consequência de dois tipos de riscos:

  • Risco regulatório: ligado ao descumprimento de normas técnicas ou exigências de órgãos como Anvisa ou MAPA. Pode causar atrasos, interrupções ou inviabilizar completamente uma operação.

  • Risco fiscal: relacionado à tributação. Envolve mudanças em alíquotas, benefícios fiscais ou obrigações acessórias, afetando diretamente a margem de lucro da importação.


O impacto da classificação incorreta de mercadorias

Classificar uma mercadoria com a NCM errada pode gerar:

  • Multa de 1% sobre o valor aduaneiro (mínimo de R$ 500,00 e máximo de 10% do valor total da DI), conforme o Art. 711 do Regulamento Aduaneiro.

  • Cobrança retroativa de impostos e aplicação de penalidades por declaração inexata (Art. 725).

  • Retrabalho, atrasos e bloqueios nas operações de desembaraço aduaneiro.


Por que o setor químico e farmacêutico é mais sensível a erros

Esse é um dos setores mais complexos em termos de classificação fiscal. Os motivos incluem:

  • Alta complexidade técnica dos produtos

  • Constante inovação em fórmulas e aplicações

  • Grande variedade de matérias-primas e insumos

Segundo dados do Comexstat, medicamentos e produtos farmacêuticos foram o quarto item mais importado pelo Brasil em 2024, somando US$ 3 bilhões. Produtos químicos como tintas, vernizes, adubos e pesticidas também têm forte peso na balança comercial brasileira.


Como ferramentas preditivas ajudam a evitar riscos

Ferramentas baseadas em inteligência artificial e análise de dados históricos estão se tornando essenciais. Elas ajudam a:

  • Identificar padrões de erro em classificações passadas

  • Monitorar autuações e exigências de licenciamento

  • Avaliar riscos antes do fechamento da operação

Essa abordagem proativa é vital para evitar surpresas e garantir previsibilidade nos processos.


Tendências tecnológicas na mitigação de riscos

As inovações em IA e automação estão transformando o cenário do comércio exterior:

  • Automatização da verificação regulatória

  • Cruzamento de dados de fornecedores com listas de sanções

  • Simulações de cenários logísticos e tributários

  • Monitoramento de documentação exigida por órgãos reguladores

Essas soluções reduzem custos, evitam penalidades e aumentam a eficiência nas operações de importação. Conheça a Inteligência Artificial líder do Comex!