No primeiro semestre de 2024, o Brasil registrou um marco histórico nas importações de painéis solares, atingindo um recorde de 10,7 gigawatts (GW).
Um dos principais fatores que contribuíram para esse aumento nas importações foi a queda de cerca de 30% nos preços dos painéis solares em janeiro de 2024.
Com produtos mais competitivos e acessíveis, o Brasil conseguiu importar grandes quantidades a preços mais baixos, o que é essencial para a expansão da energia solar.
De janeiro a julho de 2024, segundo dados da Logcomex, o país importou aproximadamente 704 mil toneladas de produtos relacionados à energia solar.
Esse número representa um crescimento de 31% em comparação ao mesmo período do ano anterior, evidenciando a crescente demanda por essa tecnologia.
Impactos econômicos e FOB das importações
Apesar do aumento no volume de importações, o valor FOB (Free on Board) dessas transações caiu significativamente, alcançando US$ 1,882 bilhão. Esse valor é 26% menor do que os US$ 2,550 bilhões registrados no mesmo período em 2023.
Os portos de Santos (SP) e São Francisco do Sul (SC) foram os principais pontos de entrada dessas importações, respondendo por 51% do total. Esse dado reforça a importância dessas regiões como hubs logísticos para a importação de produtos de energia solar no Brasil.
Taxação do sol
Apesar do cenário positivo em termos de importações e preços, o setor de energia solar no Brasil enfrenta desafios regulatórios que podem impactar seu crescimento.
A chamada "taxação do sol" introduziu taxas progressivas sobre o uso do Fio B para sistemas solares instalados após janeiro de 2023. As alíquotas começam em 15% em 2023 e estão programadas para aumentar gradualmente até alcançar 100% em 2029.
Essa medida tem gerado preocupações no setor, pois pode desincentivar novos investimentos em energia solar, especialmente entre pequenos e médios consumidores que buscam alternativas energéticas mais sustentáveis e econômicas.
O impacto dessa regulamentação sobre a expansão da energia solar no Brasil será um ponto crucial a ser observado nos próximos anos.