O governo brasileiro apresentou nesta semana a embaixadores e diplomatas de países sul-americanos o projeto de cinco novas rotas para integração e desenvolvimento da região.
A iniciativa foi construída a partir de conversas de integrantes do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO) com representantes de 11 estados brasileiros que fazem fronteira com outros países.
As rotas definidas têm o objetivo de incentivar e reforçar o comércio exterior do Brasil com seus vizinhos, além de reduzir o tempo e o custo do transporte de mercadorias com outros países fora do continente, como a China e outras economias asiáticas.
Confira as rotas de integração sul-americana:
- Ilha das Guianas - inclui os estados de Amapá e Roraima e partes do território do Amazonas e do Pará, articulada com a Guiana, a Guiana Francesa, o Suriname e a Venezuela;
- Multimodal Amazônica - contempla todo o estado do Amazonas e partes dos territórios de Roraima, Pará e Amapá, interligada por via fluvial à Colômbia, Peru e Equador;
- Quadrante Rondon - formada pelos estados do Acre e Rondônia, além de toda a parte oeste de Mato Grosso, conectada com Bolívia e Peru. Tem sido chamada de “rota do futuro”, por seu potencial de conexão comercial do Brasil com a Ásia pelo Oceano Pacífico;
- Capricórnio - compreende os estados de Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina, ligada, por múltiplas vias, ao Paraguai, Argentina e Chile;
- Porto Alegre-Coquimbo - abrange o estado do Rio Grande do Sul, integrado à Argentina, Uruguai e Chile.
A balança comercial do Brasil com os demais países da América do Sul é superavitária em 2024, porém com saldo em queda em relação ao ano passado.
Segundo dados da Logcomex, entre janeiro e outubro deste ano, o Brasil exportou US$ 30,3 bilhões em mercadorias para nações sul-americanas e importou US$ 25,6 bilhões, alcançando um superávit de US$ 4,7 bilhões.
No mesmo período de 2023, o saldo comercial foi de US$ 13,1 bilhões positivos para o Brasil, que exportou US$ 37,1 bilhões e importou US$ 23,9 bilhões para os vizinhos continentais.
As obras de integração no território brasileiro devem contar com financiamentos de US$ 3 bilhões do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e mais US$ 7 bilhões dos banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) e do Fundo Financeiro para Desenvolvimento da Bacia do Prata (Fonplata).
Os desafios para implantação das novas rotas incluem a redução dos custos aduaneiros com medidas de facilitação do comércio, a criação de infraestrutura para integração física e funcional, a adaptação da regulamentação nacional e integração regional produtiva e a convergência para uma agenda de sustentabilidade ambiental, social e climática.
Nos estados que integram as novas rotas, há 190 projetos de infraestrutura com potencial de contribuir com a iniciativa, entre eles 40 em hidrovias, 35 em aeroportos, 21 em portos, 65 em rodovias, 15 em transmissão de dados, nove em ferrovias e cinco em linhas de transmissão de energia.