A indústria de semicondutores, essencial para produtos como smartphones e carros elétricos, está no foco das discussões globais.
Recentemente, o representante de Taiwan declarou: "Ninguém precisa dominar sozinho a indústria de chips. O jogo é de parceria", destacando a importância da colaboração diante da crescente disputa global, especialmente com os Estados Unidos buscando nacionalizar a produção.
Dados do NCM Intel mostram que, em 2024, o Brasil importou US$ 2,659 bilhões em semicondutores de Taiwan, um aumento de 10% em relação a 2023, apesar da redução de 13% no volume importado (236,9 milhões de quilos).
Essa alta no valor, mesmo com menor volume, indica foco em componentes de maior valor agregado, como chips avançados para veículos elétricos e telecomunicações. O modal aéreo, por exemplo, representou 57% das importações.
Entre os principais componentes importados, destacam-se:
- Processadores e controladores (NCM 85423120): US$ 575,5 milhões (+1% em valor, -5% em volume).
- Outros circuitos integrados (NCM 85423939): US$ 317,6 milhões (+20% em valor, +10% em volume).
- Memórias RAM (NCM 85423221): alta de 36% em valor e 26% em volume.
- Suportes gravados (NCM 85249100): crescimento de 584% em valor e 1.046% em volume.
Os estados que mais importaram semicondutores foram São Paulo (SP) e Amazonas (AM), com 34% cada, destacando a importância da Zona Franca de Manaus e do polo tecnológico paulista.
Santa Catarina (SC) também teve relevância, com 11%, devido à indústria automotiva e de componentes industriais.
Tendo isso em mente, a dependência brasileira das importações é um risco. Tensões geopolíticas entre Estados Unidos, China e Taiwan podem gerar impactos imediatos no fornecimento e no preço de chips, como ocorreu durante a crise global de semicondutores na pandemia.
Para mitigar riscos, as empresas brasileiras devem diversificar fornecedores e rotas comerciais, explorando parcerias com outros mercados, como Coreia do Sul, Japão e Índia.