Túnel Santos-Guarujá avança com aprovação de agência reguladora

A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) aprovou e encaminhou ao Tribunal de Contas da União (TCU) os estudos e documentos jurídicos referentes ao projeto do túnel submerso de ligação entre os municípios de Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo.

O empreendimento deve beneficiar diretamente a operação do Porto de Santos, o principal do país, impactando positivamente o comércio exterior brasileiro como um todo.

A deliberação dispensa a realização de novas audiências públicas para o projeto, uma vez que ao longo do ano de 2024 já ocorreram três eventos do tipo acerca da licitação.

O investimento do projeto é estimado em aproximadamente R$ 6 bilhões, que serão custeados pelo Estado de São Paulo, União e setor privado. Ao todo, devem ser gerados nove mil empregos diretos e indiretos para a construção do túnel, o primeiro submerso da América Latina.

A estrutura terá 1,5 quilômetro de extensão, sendo 870 metros submersos, por onde trafegam veículos de passeio, transporte público e caminhões. Além disso, há previsão de ciclofaixas e espaço para pedestres. A ideia é que a travessia entre Santos e Guarujá possa ser feita em menos de cinco minutos.

Hoje, mais de 21 mil veículos, além de 7,7 mil ciclistas e 7,6 mil pedestres cruzam diariamente as duas margens do canal do estuário utilizando barcos de pequeno porte e balsas, deslocando-se por cerca de 40 km por rodovia.

As conexões disponíveis entre ambos os municípios atualmente geram impactos na operação do Porto de Santos, que é formado por um conjunto de terminais voltados à armazenagem e à movimentação de cargas, instalados ao longo do estuário, limite natural entre os municípios de Santos, Guarujá e Cubatão.

O túnel reduzirá riscos de congestionamentos e atrasos no transporte rodoviário até o porto. Segundo o governo de São Paulo, a solução viária amplia possibilidades de desenvolvimento e expansão do complexo.

O Porto de Santos é hoje o principal do Brasil em valor de cargas movimentadas, tanto em importação quanto em exportação. A criação de uma infraestrutura logística ao redor dos terminais pode ser considerada estratégica para um fluxo mais eficiente para as cargas que chegam e saem do país.

Segundo dados da Logcomex, o complexo respondeu por 34% de todas as exportações brasileiras por via marítima e por 37% de todas as importações pelo modal em 2024.