Voo fretado na importação: o que avaliar antes de contratar

Saiba quando vale a pena fretar um voo na importação, quais são os riscos e documentos exigidos e como garantir uma contratação segura.

Com o crescimento das operações internacionais e a urgência na entrega de certos produtos, o fretamento de aeronaves tem ganhado relevância como alternativa logística.

Embora seja uma modalidade já conhecida por empresas experientes, os desafios operacionais e as variáveis envolvidas ainda geram muitas dúvidas a respeito da contratação de voos fretados na importação.

Neste artigo, reunimos os principais pontos de atenção para que decisões envolvendo esse tipo de transporte sejam mais seguras e alinhadas ao seu planejamento logístico e financeiro.

Quando vale a pena fretar um voo na importação?

Voos fretados costumam valer a pena em situações em que o tempo de entrega é fator crítico, como em casos de:

  • parada de linha de produção;
  • reposição de estoque de alto giro;
  • equipamentos hospitalares e farmacêuticos;
  • componentes sensíveis com alto valor agregado.

Nesses cenários, o custo mais elevado é compensado pela agilidade do embarque exclusivo, pela previsibilidade da data de entrega e pela maior segurança da carga.

No entanto, é fundamental que o importador avalie:

  • volume e peso da carga (aviões têm limitações específicas);
  • localização do embarcador e do importador;
  • existência de infraestrutura nos aeroportos de origem e destino;
  • condições aduaneiras da carga.

Diferenças entre voo regular e fretado

A principal diferença está na flexibilidade e previsibilidade. Veja a comparação abaixo:

Aspecto

Voo regular

Voo fretado

Agenda

Fixada pela companhia

Definida conforme a necessidade

Escalas e conexões

Possíveis

Não há

Volume mínimo exigido

Variável, depende da companhia

Não há

Preço por kg

Mais competitivo

Mais elevado

Flexibilidade de carga

Menor

Maior

Exclusividade

Compartilhado com outras cargas

Total ou parcial, conforme contrato

Checklist para contratação segura de voo fretado

Antes de fechar a contratação, verifique:

  • capacidade e compatibilidade da aeronave com o tipo de carga (peso, volume, temperatura, riscos);
  • histórico e experiência do agente de carga com voos fretados;
  • responsabilidades no contrato de fretamento (quem cuida de embarque, conexões, desembaraço etc.);
  • seguro internacional adequadamente contratado;
  • documentação exigida pronta e conferida;
  • cronograma acordado entre as partes com margem de segurança;
  • condições de cancelamento ou não comparecimento da carga.

Documentos exigidos e liberação aduaneira

A documentação da importação em voo fretado segue os mesmos requisitos do modal aéreo tradicional, com atenção redobrada para:

  • Air Waybill (AWB): conhecimento de embarque aéreo com informações detalhadas da carga;
  • fatura comercial (invoice) e packing list atualizados e assinados;
  • Declaração de Importação (DI) ou DUIMP transmitida corretamente no Siscomex;
  • certificados de origem ou inspeção, quando aplicáveis;
  • licenças de importação emitidas previamente, se exigidas.

A liberação da carga costuma ser mais ágil nos voos fretados, já que todo o processo é coordenado previamente. Ainda assim, qualquer falha na documentação pode causar atrasos significativos e comprometer a eficiência da operação.

Como a Logcomex apoia na logística aérea internacional

A Logcomex oferece tecnologia para integração de dados, visibilidade de embarques e análise inteligente do desempenho logístico internacional. 

Ao acompanhar em tempo real os trâmites de embarque, conexões, liberação e desembarque, é possível tomar decisões com maior segurança.

Para importadores que utilizam ou consideram o fretamento aéreo como estratégia, a Logcomex permite:

  • acesso rápido a dados de frete aéreo e operações por aeroporto;
  • visualização centralizada da performance de agentes e fornecedores;
  • automatização de alertas logísticos com base em eventos reais.

Com isso, você evita surpresas, otimiza a tomada de decisão e garante um controle mais efetivo do ciclo logístico da sua operação aérea.

Se você deseja manter seus processos em dia mesmo em cenários de urgência e escassez de voos comerciais, considerar o fretamento pode ser a solução mais estratégica. Conte com dados e tecnologia para transformar a urgência em previsibilidade.

FAQ – Dúvidas operacionais sobre voo fretado na importação

1. Preciso de licença especial para embarcar em voo fretado?

Depende da natureza da carga. Produtos controlados (como alimentos, medicamentos, químicos ou eletrônicos) podem exigir Licenciamento de Importação (LI) emitido por órgãos como MAPA, Anvisa ou Inmetro. Em voos fretados, o ideal é que todas as licenças estejam aprovadas antes do embarque para evitar atrasos.

2. Quais são os principais documentos exigidos?

Os mesmos de uma importação aérea convencional: Air Waybill (AWB); fatura comercial (invoice); packing list; Declaração de Importação (DI) ou DUIMP; certificados de origem ou conformidade (quando aplicável); licenças de importação (se exigidas);

3. Posso dividir o custo de um voo fretado com outros importadores?

Sim, é possível. Essa modalidade é chamada de fretamento parcial ou compartilhado, em que um agente de carga consolida embarques de diferentes empresas para um mesmo destino. O custo por quilo tende a ser mais atrativo, mas exige coordenação rigorosa de prazos e documentação.

4. E se a carga não estiver pronta a tempo do embarque?

Atrasos na entrega da carga podem gerar o chamado “frete morto” – cobrança integral do valor contratado mesmo sem embarque. Por isso, é essencial alinhar prazos com o exportador e incluir margens de segurança no cronograma.

5. O voo fretado é mais rápido que o regular?

Sim. Além de transit time reduzido, o fretado evita escalas, conexões e prioridades operacionais típicas de voos regulares. Isso garante maior previsibilidade no prazo de entrega.

6. É preciso contratar seguro?

Sim, é altamente recomendado. O fretamento não inclui seguro automático da carga. O importador deve contratar uma apólice de seguro internacional cobrindo todo o percurso (porto a porto) e os riscos envolvidos no transporte aéreo.

7. Qual é o papel do agente de carga nesse processo?

O agente de carga especializado em fretamento atua na escolha da aeronave adequada; coordenação de horários e rotas; emissão da documentação; interface com aeroportos, Receita Federal e fornecedores; consolidação e monitoramento da carga.

8. A Receita Federal trata voos fretados de forma diferente?

Não. A Receita analisa a carga conforme o canal de parametrização (verde, amarelo, vermelho ou cinza). Contudo, a preparação antecipada do dossiê documental costuma acelerar o desembaraço nos voos fretados graças à previsibilidade e à exclusividade da operação.