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Catálogo de Produtos e DUIMP: como a integração transforma sua importação

Written by Redação Logcomex | 17.11.2025

 

A dinâmica da negociação internacional está mudando – e, com ela, o próprio modelo de comércio exterior brasileiro. A crescente conexão entre mercados, a pressão por eficiência e a necessidade de reduzir custos e burocracias impulsionaram o país a modernizar suas estruturas aduaneiras.

É nesse contexto que surge o Novo Processo de Importação (NPI), uma iniciativa do Governo Federal que redesenha por completo a jornada de importação, tornando-a mais digital, previsível e integrada.

Entre os pilares desse novo processo está a DUIMP (Declaração Única de Importação), documento eletrônico que unifica informações fundamentais em um único registro e estabelece uma comunicação direta entre o importador, a Receita Federal e os órgãos anuentes.

Mas, para que a DUIMP funcione de forma ágil e sem inconsistências, é necessário que exista uma base estruturada e confiável de dados sobre os produtos – e é exatamente esse papel que o Catálogo de Produtos exerce.

O que é o Catálogo de Produtos da DUIMP?

O Catálogo de Produtos é um módulo do Portal Único Siscomex desenvolvido pela Receita Federal e pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Sua função é servir como banco de dados centralizado para todos os produtos e operadores estrangeiros envolvidos em operações de importação.

Em termos práticos, o Catálogo reúne, em um único ambiente digital, todas as informações técnicas, comerciais e aduaneiras de cada mercadoria que a empresa importa. Cada item cadastrado gera um registro único, que passa a representar oficialmente aquele produto dentro do sistema.

Por sua vez, esse cadastro substitui o modelo antigo de preenchimento manual e repetitivo de dados em cada nova importação, sendo que o importador registra as informações uma única vez e passa a reutilizá-las automaticamente em todas as futuras declarações.

Qual é o objetivo do Catálogo de Produtos?

O objetivo principal do Catálogo de Produtos é centralizar e padronizar as informações que antes ficavam dispersas entre planilhas internas, descrições comerciais, faturas e documentos aduaneiros.

A partir de sua implementação, cada empresa mantém um repositório estruturado e validado de dados de produtos, que se torna a fonte única utilizada nas operações de importação.

Essa centralização traz ganhos diretos de eficiência, como:

  • Padronização: Cada produto mantém sempre a mesma descrição, classificação fiscal e os mesmos atributos, reduzindo divergências entre documentos e registros.

  • Confiabilidade: Os dados são previamente validados e armazenados no ambiente seguro do Portal Único, o que facilita rastreabilidade e consistência.

  • Reutilização: O sistema alimenta automaticamente as declarações futuras, como a DUIMP (Declaração Única de Importação), sem necessidade de redigitação.

Um ponto essencial é que o Catálogo não contempla apenas produtos: ele também vincula os operadores estrangeiros envolvidos nas transações, como fabricantes, exportadores e fornecedores.

Vale destacar, também, que a utilização do Catálogo de Produtos é obrigatória para todas as empresas que operam dentro do modelo DUIMP. Não é possível registrar uma DUIMP completa sem que o produto esteja cadastrado previamente no Catálogo.

A lógica do processo é simples e sequencial:

  1. O importador cadastra e valida as informações do produto no Catálogo de Produtos.
  2. Quando elabora a DUIMP, o sistema puxa automaticamente os dados desse cadastro.

Assim, o Catálogo assegura que todas as informações técnicas e comerciais sigam os parâmetros esperados pela Receita Federal e pelos órgãos anuentes.

Quais são os pilares do cadastro no Catálogo de Produtos?

Uma vez que o Catálogo de Produtos é construído sobre informações essenciais que garantem a identificação técnica e fiscal precisa de cada mercadoria, cada campo do cadastro cumpre uma função estratégica. A seguir, os principais elementos que sustentam essa estrutura.

Qual a importância da descrição da mercadoria?

A descrição da mercadoria é o ponto de partida para a identificação correta do produto. Ela deve apresentar informações completas e técnicas que permitam aos órgãos anuentes e à Receita Federal entender exatamente o que está sendo importado.

Uma descrição genérica, como “peça metálica”, pode gerar dúvidas e exigências complementares, enquanto uma descrição detalhada (por exemplo, “peça metálica em aço inoxidável para acoplamento de válvulas hidráulicas industriais”) proporciona clareza e precisão na análise.

O que é NCM do produto (Classificação Fiscal de Mercadorias)?

A Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM) é o código que define a classificação fiscal da mercadoria. Ela determina o enquadramento tributário e o tratamento administrativo do produto, incluindo impostos, licenças e exigências específicas de controle. No Catálogo, cada item é vinculado a uma NCM única.

Vale lembrar que classificações incorretas podem gerar problemas, além de distorcer a análise de risco pela Receita Federal.

Por isso, é essencial que a NCM seja atribuída com base em análise técnica e apoio de especialistas, refletindo fielmente a natureza e a aplicação do produto.

Leia tambémTabela NCM: o que é? Como fazer sua consulta?

 

O que é o Código Interno do Produto?

O código interno do produto é definido pelo próprio importador e funciona como um identificador corporativo dentro do Catálogo. Ele serve como um elo entre o ERP da empresa e o sistema do Portal Único Siscomex, permitindo que os cadastros sejam atualizados e sincronizados automaticamente.

Esse campo garante que o mesmo produto cadastrado no sistema interno da empresa esteja vinculado ao registro correspondente no Catálogo, evitando duplicidade de informações e facilitando controle de estoque, compras e compliance.

A integração entre o código interno e o Catálogo é um dos principais diferenciais que reduzem o tempo de preenchimento da DUIMP e aumentam a confiabilidade dos dados.

Para que serve a denominação do produto?

A denominação é o nome comercial do produto dentro da empresa, um campo de referência para facilitar a gestão interna e a localização rápida no Catálogo. Ela pode ser algo como “Motor Elétrico Trifásico 5HP” ou “Sensor de Temperatura Digital”, dependendo da nomenclatura utilizada pela companhia.

Embora pareça simples, a denominação tem papel importante na organização e na rastreabilidade dos produtos. Ela ajuda a distinguir itens semelhantes – evitando confusões entre variações de modelo, voltagem ou aplicação –, assim como facilita a busca dentro do ambiente do Portal Único.

Por que identificar o fabricante ou produtor?

A identificação do fabricante ou produtor é outro pilar essencial do cadastro. Esse campo assegura transparência sobre a origem da mercadoria e permite estabelecer o vínculo direto entre o produto e o operador estrangeiro responsável pela fabricação ou pelo fornecimento.

É preciso entender a importância do operador estrangeiro no contexto do NPI, que deixa de ser apenas um dado cadastral e passa a ocupar um papel estratégico na gestão da cadeia internacional de fornecimento.

Qual é o papel do Operador Estrangeiro no NPI?

No novo modelo do comércio exterior, o vínculo entre produto e operador estrangeiro é feito no Catálogo por meio do TIN (Trader Identification Number), um número de identificação internacional criado pela Organização Mundial das Aduanas (OMA).

Esse recurso garante rastreabilidade global, reforça o compliance da cadeia de suprimentos e facilita a análise de risco pelos órgãos de controle, que podem verificar a conexão entre o produto, o país de origem e o fornecedor declarado.

Criando uma camada adicional de rastreabilidade e inteligência comercial, essa vinculação, além de uma exigência regulatória, oferece ao importador visibilidade total sobre sua base de fornecedores, permitindo:

  • Identificar quem fabrica, exporta e distribui cada item;
  • Comparar desempenhos logísticos; e até
  • Avaliar riscos de concentração ou dependência de mercado.

Em um cenário de volatilidade global e pressão por compliance, essa visão integrada é decisiva para negociações internacionais mais seguras, transparentes e estratégicas.

O uso do TIN, inclusive, fortalece a governança dos dados aduaneiros. Com informações centralizadas e verificáveis, as empresas conseguem alinhar seus cadastros internos, reduzir inconsistências e responder rapidamente a auditorias ou fiscalizações.

E mais: a rastreabilidade fornecida por esse sistema aumenta a credibilidade do importador frente a autoridades e parceiros comerciais, consolidando uma reputação de confiabilidade e transparência internacional.

Como esses pilares formam a base do Catálogo?

Em conjunto, esses pilares – descrição, NCM, código interno, denominação e fabricante – formam a espinha dorsal do Catálogo de Produtos Siscomex.

Eles são a base para a automação e a padronização das importações dentro da Declaração Única de Importação (DUIMP), assegurando que cada produto possua um cadastro completo, rastreável e tecnicamente validado.

Como o Catálogo de Produtos e a DUIMP se integram na prática?

Já deu para perceber que o Catálogo de Produtos e a DUIMP são frentes complementares e interdependentes dentro do Novo Processo de Importação.

Enquanto a DUIMP é o documento central que unifica informações aduaneiras, fiscais e administrativas da operação, o Catálogo atua como fonte única de dados técnicos sobre as mercadorias.

E se, na prática, ao registrar uma DUIMP, o sistema puxa automaticamente as informações do Catálogo, a consequência é a eliminação de etapas manuais e inconsistências entre documentos.

Portanto, essa integração simplifica tanto a atuação de profissionais no dia a dia quanto a comunicação com a Receita Federal e os órgãos anuentes, já que todos os dados necessários à análise da operação já estarão previamente estruturados e validados.

Com isso, o processo de importação se torna mais rápido, claro e seguro, reduzindo divergências e autuações, assim como permitindo que equipes se dediquem a frentes estratégicas e o importador tenha controle total sobre o histórico de cada produto.

Leia também Erros comuns na adaptação à DUIMP: como evitá-los

Como o Catálogo de Produtos impacta a negociação internacional?

Em um ambiente global competitivo, onde prazos, custos e requisitos variam por país, fornecedor e NCM, o Catálogo de Produtos se torna uma ferramenta essencial não apenas para fins operacionais, mas também para potencializar a inteligência comercial do importador.

Quando o produto está cadastrado de forma estruturada, a área comercial passa a trabalhar com uma base sólida de dados, reduzindo incertezas ao negociar com fornecedores e parceiros logísticos.

Isso permite discutir prazos, preços, certificações e condições de embarque com transparência e segurança, evitando mal-entendidos e perdas financeiras que derivam de especificações imprecisas ou divergentes.

Além disso, o Catálogo ajuda a sustentar negociações mais eficientes e sustentáveis ao reduzir divergências entre o que foi acordado e o que será efetivamente importado.

Com informações claras, o fornecedor consegue cotar com precisão, o agente de carga avalia riscos e lead times com maior consistência e o despachante trabalha com dados confiáveis desde o início.

O resultado é uma negociação mais alinhada, com menor risco de disputas e maior previsibilidade no fluxo comercial.

Ao padronizar e centralizar todas as informações críticas sobre o produto, o Catálogo também fortalece o poder comercial da empresa na relação com parceiros internacionais.

Ele reduz o tempo gasto respondendo dúvidas técnicas, minimiza solicitações de correções e facilita a apresentação de informações completas em auditorias, due diligences e processos de homologação.

Isso melhora a percepção profissional do importador, reforça sua confiabilidade e cria um ambiente favorável para negociações contínuas de longo prazo – mais estáveis, escaláveis e competitivas.

Por fim, ao eliminar inconsistências e garantir clareza técnica desde o início da negociação, o Catálogo de Produtos reduz a quantidade de imprevistos que surgem no desembaraço, o que também representa economia comercial direta: menos demurrage, menor risco de armazenagem extra e menor probabilidade de multas, paradas produtivas ou atrasos que afetam contratos e margens.

Assim, o Catálogo atua como um ativo estratégico da área comercial porque protege a rentabilidade, sustenta decisões e viabiliza relações mais previsíveis e confiáveis com fornecedores e clientes.

Quais as vantagens estratégicas da implementação do Catálogo?

A partir de tudo o que explicamos detalhadamente, preparamos um resumo dos benefícios gerais do Catálogo de produtos para as empresas que atuam com comércio exterior:

  • Agilidade e automação: Com dados centralizados e padronizados, as informações são preenchidas automaticamente nas DUIMPs, reduzindo o tempo de registro e a dependência de processos manuais.

  • Redução de erros e retrabalho: Como as informações passam a ser reutilizadas, há menos risco de inconsistências entre documentos, códigos e classificações fiscais.

  • Conformidade e rastreabilidade: O histórico de cada produto fica permanentemente registrado, garantindo transparência, auditoria e compliance aduaneiro.

  • Eficiência e integração: A comunicação entre importador, despachante, transportador e órgãos anuentes torna-se mais fluida, com informações integradas e sempre atualizadas.

  • Competitividade: Ao reduzir burocracia e aumentar a previsibilidade, o catálogo ajuda as empresas a planejar melhor suas negociações internacionais e antecipar variações de custo e prazo.

Quais os desafios e recomendações para o importador?

Apesar dos benefícios, a implementação do Catálogo de Produtos exige treinamento de equipes, planejamento, padronização e atualização constante.

Empresas que importam grande variedade de itens devem investir na organização de dados internos, criando cadastros unificados e processos claros de manutenção.

Nesse sentido, o uso de soluções tecnológicas de integração e automação é fundamental para tornar o processo escalável e sustentável.

Plataformas que centralizam informações, monitoram atualizações e conectam o ERP ao Portal Único ajudam o importador a reduzir tempo operacional e eliminar riscos de inconsistência.

Conclusão

O Catálogo de Produtos vai muito além de um requisito técnico do Novo Processo de Importação. É, sobretudo, uma ferramenta de gestão estratégica e um diferencial competitivo para empresas que buscam eficiência, previsibilidade e conformidade no comércio exterior.

Ao transformar o cadastro de produtos em um ativo digital estruturado, cria as bases para uma operação de importação mais inteligente, automatizada e integrada, tornando-se peça-chave da conformidade e da eficiência operacional no novo modelo do comércio exterior brasileiro.

E é exatamente essa busca por excelência que move o Catálogo de Produtos Logcomex.

Com o uso de Inteligência Artificial, a solução cria, revisa e publica o Catálogo de Produtos em minutos, alcançando até 95,5% de preenchimento automático de atributos e contemplando mais de 1 milhão de produtos processados via IA.

A plataforma oferece integração direta com o Portal Único Siscomex, o que simplifica a transição para o NPI, garante conformidade automática com os órgãos anuentes e reduz significativamente o tempo de preparação da DUIMP.

Além disso, o Catálogo de Produtos Logcomex proporciona controle total sobre as importações, com:

  • Categorização automática de produtos por NCM e importador;
  • Histórico dos últimos meses; e
  • Ferramentas de edição rápida e precisa para ajustes de informações e operadores estrangeiros.

Essa combinação de automação, precisão e atualização contínua torna o processo mais ágil, reduz o risco de multas e assegura que todas as declarações estejam sempre alinhadas às exigências aduaneiras vigentes.

Se a negociação internacional exige agilidade, rastreabilidade e conformidade, com o Catálogo de Produtos Logcomex, você conquista tudo isso, integrando sua operação ao Novo Processo de Importação com tecnologia de ponta. Conheça nossa solução.