A cadeia produtiva é uma forma de organização da empresa em formato de sistema, onde cada “peça”, etapa e processo estão interligados de forma harmônica a partir de um fluxo de trabalho estruturado pelos materiais, mão de obra, informação e metodologia. Sua finalidade é chegar ao produto final, de acordo com o padrão da empresa. Qualquer que seja o ramo produtivo, esta noção é a mesma e, para garantir a boa gestão e boa produtividade, é necessário sempre buscar evitar problemas na cadeia produtiva.
Nesse sentido, é necessário que todas as etapas estejam em harmonia, de forma que sempre que um ponto da cadeia está desarticulado do processo, apresentando gargalos e dificuldades que afetam o restante da produção, é preciso encontrar uma resolução.
Caso contrário, o prejuízo pode ser grande em termos financeiros e produtivos. Por isso, preparamos este texto com dicas concretas de como evitar problemas na cadeia produtiva.
A cadeia produtiva enquanto conceito trata das etapas e processos produtivos de uma empresa.
Assim, compreender a cadeia produtiva é possuir ferramentas analíticas para a criação de estratégias e diretrizes de desenvolvimento em qualquer que seja o processo produtivo.
Independentemente do tamanho da empresa, todo o processo que compreende a transformação da matéria-prima em produto, bem ou serviço é, sem dúvidas, uma cadeia produtiva.
Além disso, uma cadeia produtiva pode conter muitas etapas e processos ou ser mais simples — quando essa transformação demanda menos etapas.
Pode-se considerar como parte da cadeia produtiva, por exemplo:
● Extração da matéria-prima
● Transformação em produto (intermediário ou final)
● Distribuição do produto ao seu destino.
O fluxo material de uma cadeia produtiva pode envolver várias empresas, desde a produção até a distribuição.
Só para ilustrar, para um produto chegar ao consumidor final, geralmente passa por etapas de produção, distribuição e comercialização.
Enquanto que o fluxo de capital vem na ordem inversa, passando do consumidor final até o fornecedor dos insumos.
Por exemplo, um alimento primário pode ser extraído da natureza (processo 1), industrializado (processo 2), enviado à comercialização atacadista (distribuição) e à comercialização varejista (distribuição) até chegar ao consumidor final.
Nesse fluxo, há de se considerar toda logística de embalamento, transporte, conservação, etc.
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Cada cadeia produtiva tem um modus operandi, com suas particularidades e especificidades, com gargalos distintos e questões próprias.
Períodos de oscilação de mercado, instabilidades de oferta e demanda, problemas de insumo, distribuição e armazenamento.
Tudo isso pode gerar sérios transtornos caso não haja especial atenção à cadeia produtiva.
A ruptura de estoque, por exemplo, é um pesadelo que nenhuma empresa quer passar. A falta de produtos deixa o cliente insatisfeito, afeta a credibilidade da marca, produz crises internas e externas, prejuízos e pode chegar a casos extremos, como a falência.
Isso tudo como consequência da falta de planejamento, controle de estoque e de fornecedores.
Apesar dos problemas, a boa notícia é que é possível seguir alguns passos básicos para evitar problemas na cadeia produtiva.
Ou seja, com diagnóstico, método e visão, é possível contornar os erros e fortalecer todo o sistema produtivo. Vamos às dicas!
Conhecer profundamente a empresa, seus processos, recursos humanos, finalidades e objetivos a curto, médio e longo prazo, além das particularidades de mercado é tarefa básica para a elaboração de um planejamento estratégico e logístico que integre os setores de forma harmônica.
Afinal, ao entender as necessidades e demandas do empreendimento, tudo se constrói com mais facilidade.
Além disso, a gestão deve estar presente em toda a empresa, servindo como facilitadora, integradora de forma a dimensionar toda a cadeia produtiva e encontrar soluções rápidas e que aumentem a produtividade.
Nesse sentido, a análise de histórico ganha importância especial: como a empresa se construiu, como cresceu, como é a relação com clientes, fornecedores, concorrentes, onde se posiciona na cadeia produtiva, quais são as demandas e os gargalos a serem enfrentados.
Em outras palavras, ao visualizar o panorama geral dos processos, é possível criar fluxogramas, mapas e formas de organização eficientes da linha de produção.
Isso, em conjunto com uma boa liderança, um quadro funcionário capacitado e satisfeito, com uma cultura organizacional forte, é possível ter um excelente ponto de partida de otimização.
Só se pode atuar sob um gargalo quando se tem um bom entendimento sobre suas causas. Quais são os problemas? O que cada setor tem a dizer?
Somente com diagnóstico se resolve o problema. Sem buscar culpados individuais, sem apontar erros, mas sim tendo uma visão total do processo. No caso dos estoques, essa questão se faz clara.
É preciso, por exemplo, conhecer sempre quais são os produtos de alta procura, com objetivo de proteger o estoque de uma ruptura.
Com o mapeamento das mercadorias mais demandadas, dos insumos, dos produtos em uma visão total dos processos, pode-se identificar os gargalos com maior efetividade.
Então, tendo os dados organizados e problemas sob controle, é possível evitar crises e problemas na cadeia produtiva.
Em tempos de alta demanda — como Black Friday, Natal, Dia das crianças e outras datas — é preciso muito planejamento e atenção.
Afinal, são momentos “chave”, que definem a credibilidade da empresa frente ao cliente e suas escolhas no futuro.
Por outro lado, a má experiência é responsável pela troca de produto ou de loja, pelo marketing negativo, exposição nas redes sociais, avaliações ruins que prejudicam todos os envolvidos.
Dessa forma, saber tudo sobre as tendências do mercado — e o calendário do comex — garante planejamentos de estoque que garantem o fluxo e fornecimento.
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Frente a problemas e gargalos identificados nas etapas anteriores, é preciso agir o quanto antes na resolução dos problemas, prezando sempre pela normalidade e pelo funcionamento do fluxo de produção.
Nesse sentido, é importante que as ações envolvam toda a equipe, de forma integrada com um plano de ação feito pelo líder em conjunto com a gestão.
Lembrando que aplicações rápidas evitam prejuízos, otimizam o trabalho e, enfim, melhoram os resultados como um todo.
Para evitar problemas na cadeia produtiva, é fundamental um acompanhamento das ações corretivas, analisando resultados e eficácias, pensando sempre na produtividade e na eliminação de barreiras.
Afinal, prever gargalos e melhorar ou até mesmo substituir ações é sempre uma forma de aprimorar os processos e se adequar à uma realidade de mercado que muda constantemente.
Esse gerenciamento é essencial sobretudo para avaliar os passos da empresa: o que deu certo, o que pode melhorar, como realocar os recursos, acompanhar demandas, etc.
Por fim, é primordial estabelecer uma boa comunicação interna, assertiva, com produção de relatórios de desempenho em cada setor e métodos de analise bem executados.