A importação de peças automotivas é um negócio vantajoso e em plena expansão no Brasil. Isso se deve à grande quantidade de marcas de veículos estrangeiros no país, com destaque para as de origem chinesa.
Apesar de existirem fábricas multinacionais do ramo automotivo em território nacional, a produção de peças de reposição muitas vezes não atende à demanda local ou é mais cara que as importadas.
Some-se a isso a baixa qualidade das estradas, que reduz a vida útil dos automóveis e exige manutenção constante. Assim, temos um cenário muito favorável à compra de peças automotivas no exterior.
Isso destaca a importância da cadeia de suprimentos no setor automotivo para o abastecimento das fabricantes e revendas de peças.
No entanto, para aproveitar essas vantagens, é essencial seguir os procedimentos corretos de importação, incluindo a gestão de documentos, pesquisa de fornecedores confiáveis e cálculo de impostos.
Confira neste artigo o passo a passo de como fazer isso!
Por que o Brasil importa tantas peças automotivas?
O Brasil importa peças automotivas por quatro motivos principais: preço mais baixo, maior qualidade, variedade de modelos e necessidade constante de reposição. Comprar peças em outros países, como a China, tem sido mais vantajoso em comparação às peças nacionais, principalmente devido ao custo de produção brasileiro, que é mais elevado.
Entenda os fatores que impulsionam a importação:
- Alto custo de produção nacional: O custo de produção no Brasil é considerado um dos maiores do mundo, devido à sua alta carga tributária e trabalhista. Isso torna a peça importada mais competitiva.
- Dependência de fornecedores internacionais: O mercado internacional oferece uma variedade muito maior de peças de reposição, fabricadas a preços mais baixos, e frequentemente, com melhor qualidade. Além disso, uma quantidade significativa de peças fabricadas no Brasil é destinada à exportação, desabastecendo o mercado local e criando a necessidade de importação.
- Crescente demanda do setor automotivo: A demanda por peças é impulsionada pela necessidade constante das montadoras de manterem suas linhas de produção ativas.
- Expansão de montadoras estrangeiras: O Brasil e a América Latina têm sido foco de interesse de montadoras estrangeiras, especialmente da China, que quadruplicou suas vendas para a região nos últimos cinco anos. Em 2023, os chineses aumentaram em 20% as vendas para a América Latina, tornando-se o principal fornecedor
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Como posso importar peças automotivas? Veja 4 etapas principais
Seguir de forma correta as etapas para importação de peças automotivas é essencial para o êxito da operação. O primeiro passo é garantir que o CNPJ da sua empresa esteja regularizado e habilitado no Radar Siscomex da Receita Federal.
Feito isso, realize uma análise de mercado com o Segment Intel Autopeças — Solução da Logcomex sobre quais peças deseja importar e quem é seu público-alvo. Em seguida, siga estas etapas:
1. Pesquisa e seleção de fornecedores internacionais
Esta é uma etapa crítica para estabelecer negócios confiáveis. Ao pesquisar fornecedores internacionais de peças automotivas, verifique:
- Reputação e histórico: Busque referências e casos de sucesso.
- Certificações de qualidade: Verifique se possuem selos como o ISO 9001.
- Capacidade produtiva: Entenda se conseguem atender sua demanda.
- Garantias: Confirme políticas de devolução em caso de defeitos ou problemas na entrega.
De acordo com a Logcomex, de janeiro a agosto de 2025, os principais fornecedores de peças automotivas para o Brasil localizaram-se na China, Japão, México, Alemanha, Estados Unidos, Suécia, Itália, Índia, Tailândia e Coreia do Sul.
2. Logística e transporte internacional de cargas
O modal marítimo é o mais utilizado na logística de peças automotivas. É vital ter uma boa assessoria para garantir:
- Embalagem adequada: Muitas peças são frágeis e podem quebrar. A embalagem deve ser reforçada para evitar danos durante o transporte.
- Seguro da carga: Fundamental para cobrir avarias, pancadas ou perdas durante o trajeto
3. Desembaraço Aduaneiro e processos legais
Esta é a etapa mais técnica dos processos aduaneiros na importação, sendo essencial a contratação de um despachante especializado na área. É fundamental estar atento a toda a documentação:
- Certificado de Origem;
- Packing List (ou Romaneio de Carga);
- Fatura Proforma e Fatura Comercial;
- DI (Declaração de Importação) (ou DUIMP, veja as alterações do processo );
- Nota Fiscal de importação.
Leia também: Cronograma DUIMP atualizado: fases de implementação 2025-2026
4. Classificação fiscal e pagamentos de impostos
Um dos pontos mais importantes é a correta classificação fiscal do produto. É preciso verificar o NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) da peça, pois é ele que determina as alíquotas dos impostos e todas as outras tarifas de importação de peças automotivas.
Quais são os desafios e oportunidades do mercado de Autopeças?
Principal oportunidade: Vantagem Competitiva. A maior oportunidade no comércio de autopeças importadas é o preço. Pesquisas mostram que peças importadas chegam a custar até 80% menos do que as produzidas no Brasil, mesmo incluindo os custos de frete e impostos. Isso garante uma enorme vantagem competitiva para quem trabalha com importação desses produtos.
O Cenário da importação de Autopeças no Brasil - Janeiro a agosto de 2025
Apesar das vantagens, o mercado possui desafios, como flutuações cambiais e momentos de baixa demanda. No entanto, os números recentes confirmam a força do setor:
- Crescimento em 2025: Segundo dados da Logcomex, as importações de peças e acessórios para veículos automotores cresceram 16% de janeiro a agosto de 2025 (comparado com o mesmo período de 2024), registrando FOB de US$ 8,2 bilhões.
Quais as NCMs de autopeças mais importadas?
De acordo com a Logcomex, as top 3 NCMs mais importadas de janeiro a agosto de 2025, foram:
- 87084080 - Outras caixas de marchas | FOB: US$ 1,5 bilhão (+19%)
- 87082999 - Outras partes e acessórios de carrocerias | FOB: US$ 844 milhões (+21%)
- 87089990 - Outras partes e acessórios para tratores e veículos | FOB: US$ 826,4 (19%)
Quais são os principais países fornecedores de autopeças para o Brasil?
Os principais países fornecedores de autopeças para o Brasil (de janeiro a agosto de 2025) segundo a Logcomex, foram:
1. China: US$ 1,4 bilhão (19%)
2. Japão: US$ 989,2 milhões (13%)
3.México: US$ 774,2 milhões (10%)
Principais Estados Brasileiros importadores de peças automotivas?
As regiões Sudeste/Sul destacaram-se nas importações de peças automotivas de janeiro a agosto de 2025:
- SP: US$ 3,4 bilhões - respondendo por 42% das importações
- PR: US$ 1,2 bilhão - respondendo por 15% das importações
- SC: US$762 milhões - respondendo por 9% das importações
Perguntas frequentes sobre importação de peças automotivas (FAQ)
Quais os impostos na importação de peças automotivas?
Os principais impostos são o Imposto de Importação (II), IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), PIS/PASEP-Importação, COFINS-Importação e o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). As alíquotas são definidas pela classificação fiscal (NCM) da peça.
Como encontrar fornecedores confiáveis de autopeças na China?
Para encontrar fornecedores confiáveis na China, participe de feiras do setor, use o Segment Intel Autopeças — solução da Logcomex e sempre exija certificações de qualidade (como ISO 9001). Peça amostras e verifique as garantias de devolução antes de fechar um grande pedido.
Preciso de CNPJ para importar peças automotivas?
Sim. Para importar com fins comerciais (seja para revenda ou para uso na produção), é necessário ter um CNPJ regularizado e habilitar a empresa no Radar Siscomex da Receita Federal, que autoriza a realização de operações de comércio exterior.
Qual a NCM de autopeças mais importada?
Conforme dados da Logcomex, uma das NCMs com maior volume de importação de autopeças é a 87084080, referente a "Outras caixas de marchas", que movimentou US$ 1,5 bilhão entre janeiro e agosto de 2025.
Conheça o Segment Intel Autopeças
O Segment Intel Autopeças é a solução da Logcomex que traz inteligência de dados para o mercado de importação de autopeças. Com a ferramenta, você acessa dados estratégicos para identificar oportunidades e negociar com mais inteligência. Além disso, você:
- Identifica novos fornecedores e importadores prováveis
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