Você conhece as estatísticas da importação e exportação de chocolate do Brasil?
O chocolate é um dos produtos mais amados e consumidos em todo o mundo, são raros aqueles que resistem a um pedacinho após o almoço…
Estudos indicam que em 2021 foram produzidas 693 mil toneladas do produto em nosso país. Além disso, uma pesquisa com mais de 2 mil brasileiros apontou que 52% dos entrevistados consomem chocolate ao menos uma vez por semana.
Hoje, conheceremos algumas características do cenário mundial do consumo e produção de chocolate, com as projeções e tendências do mercado.
Depois, olharemos para as estatísticas de importação e exportação de chocolate do Brasil.
Antes que vejamos sobre a importação de chocolates, vamos olhar para o cenário mundial do consumo desse doce tão presente na vida das pessoas.
Só para ilustrar a sua popularidade pelo mundo, estima-se que a indústria global de chocolate gire em torno de US$ 131.7 bilhões em 2023.
Esse número grandioso nos reforça alguns pontos, por exemplo:
Além disso, três empresas são responsáveis por 35% de toda a participação no mercado global: Nestlé, Mars e Hershey’s.
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Vamos, enfim, ver mais informações sobre o delicioso chocolate.
O chocolate, sem dúvidas, é um produto consumido com frequência no mundo inteiro, por todas as gerações.
No entanto, existem países nos quais o doce é parte intrínseca de suas culturas e são, inclusive, famosos por suas fábricas e longa relação com o chocolate.
A saber, o país com o maior número de chocólatras, amantes de chocolate, é obviamente a Suíça, cujo consumo por habitante é de 10.06 kg por ano.
Certamente, em quantidades absolutas, existem países que consomem muito mais que a Suíça, mas são mais populosos. Por isso, utilizamos a média per capita.
Não é à toa que os chocolates suíços são conhecidos no mundo inteiro: suas marcas mais tradicionais foram criadas em 1845 (Lindt) e 1908 (Toblerone).
Como veremos adiante, a Europa é o continente que mais consome chocolate e isso pode ser notado nos outros principais países consumidores, depois da Suíça.
Levando em conta o consumo anual por habitante, em segundo lugar temos Áustria (9.06 kg), seguido da Estônia (8.80 kg), Irlanda (8.76 kg) e Alemanha (8.12 kg).
Outros países com consumo expressivo são Reino Unido (8.10 kg), Noruega (8.07 kg), Suécia (6.57 kg), Cazaquistão (5.89 kg) e Eslováquia (5.70 kg).
Conhecer um pouco sobre o consumo e produção do doce é essencial para analisarmos a importação de chocolate.
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O chocolate é rico em gordura, proteínas, carboidratos e outros componentes bioativos e seu principal ingrediente é o cacau.
Mais de 70% do total de cacau é produzido na África, principalmente na Costa do Marfim e Gana, demonstrando a importância do continente na produção mundial.
Além disso, aproximadamente 90% de todo o chocolate produzido veio de pequenos agricultores.
Isso mostra que a subsistência de milhões de pessoas depende do cultivo do cacau e, por consequência, do consumo do doce.
Também demonstra que a indústria global não depende de uma grande multinacional, mas sim de milhares e milhares de agricultores que cultivam o fruto.
Entretanto, essa é uma indústria que apresenta algumas injustiças:
Como vimos anteriormente, os principais países chocólatras estão na Europa.
Quando pensamos em chocolate, não por acaso o mundo ocidental é o que vem imediatamente à cabeça, pois, de fato, o maior consumo está aqui.
Não só na Europa, mas também nas Américas, as pessoas utilizam chocolate nas mais variadas receitas de bolo, como acompanhamento em sobremesas e até mesmo para misturar com café.
Além disso, as fábricas e indústrias são impactadas positivamente em diversas datas comemorativas que fazem aumentar a procura pelo produto: Páscoa, Natal, Dia dos Namorados, Dia dos Pais e das Mães e até Halloween. A verdade é que toda desculpa é boa o suficiente para comer um chocolate!
Em outras palavras, o doce está presente em praticamente todos os feriados ocidentais e, independentemente da forma de consumo, ele sempre satisfaz nossos paladares.
Falando em números, só para ilustrar, em 2022 a Europa foi o maior mercado consumidor do doce com US$ 45 bilhões esperados em vendas.
Essa posição vem sendo mantida pelo continente pelos últimos 100 anos e, a saber, em 2023, 45% da demanda mundial virá dele.
Outro ponto aspecto importante antes de tratarmos dos dados sobre a importação de chocolate é conhecer quem são os principais players do mercado.
Relatórios de mercado indicam as maiores companhias de chocolate do mundo conforme abaixo.
Enfim, podemos conhecer algumas das projeções para o mercado de chocolate.
Segundo o Chocolate Market Outlook, o mercado global estava estimado US$ 205,6 bilhões em 2022 e deve chegar a US$ 262,5 bilhões em 2030.
Além disso, os especialistas preveem que, entre 2020 e 2025, o mercado global cresça a uma taxa anual de 4.78%.
Quanto ao volume de produção, para o Chocolate Market Outlook a taxa anual de crescimento entre 2022 e 2030 deve ser de 1.9%.
Dessa forma, em 2030 a produção mundial será de 43,5 milhões de toneladas.
Alguns dos motivos que impulsionam esse crescimento são, por exemplo:
Há especialistas, contudo, que afirmam que as mudanças climáticas podem começar a afetar a produção mundial de cacau.
Os principais países produtores do fruto são de clima tropical, próximos da linha do Equador.
Porém, se a temperatura do planeta seguir aumentando, essas regiões se tornarão mais quentes e secas nas próximas décadas, o que deve inviabilizar a produção.
Só para ilustrar, basta que a temperatura suba 2ºC para que Costa do Marfim, Gana e outros países não ofereçam mais condições para o cultivo de cacau.
No último tópico antes de finalmente olharmos para a importação de chocolate: as tendências do produto.
Só para ilustrar, algumas das tendências para o consumo são:
Fato é que, certamente, o doce é apreciado por pessoas do mundo inteiro, tanto em sua forma tradicional, ao leite, como em outros formatos.
Mas, quais são estes outros formatos? Veremos alguns deles agora, pois a variedade de chocolates produzidos vem aumentando ano após ano.
Primeiramente, os chocolates com sabores exóticos são aqueles que vão desde o salgado, com sabor de frutas ou picante, e todos são um desafio ao paladar.
Não é o tipo de chocolate devorado em minutos assistindo à sua série favorita, mas sim aquele que permite uma nova e marcante experiência.
Só para exemplificar, alguns dos ingredientes já utilizados são: coco, curry, cupuaçu, sementes de coentro, lavanda, pimenta, morango com balsâmico, ervas e frutas cítricas.
Em segundo lugar, precisamos entender a diferença entre os chocolates puros e os misturados.
No Brasil, para que seja considerado puro, o chocolate precisa ter, no mínimo, 25% de cacau. Por consequência, isso faz com que possua mais sabor e melhor qualidade.
Por outro lado, o chocolate misturado ou fracionado tem adição de gordura vegetal, normalmente óleo de palma.
Mais parecido com uma cobertura de chocolate e com textura mais macia, ele é usado para banhar bombons, casquinhas e pães de mel, por exemplo.
Em terceiro lugar, temos os chocolates veganos e sem laticínios, que se tornou uma opção para dietas alimentares veganas ou sem derivados de leite. Para atender essa demanda, muitas marcas oferecem chocolates produzidos com leite de coco ou de amêndoas, em substituição ao leite de vaca, que possui origem animal.
Logo depois, temos o chocolate amargo, definido assim, no Brasil, como aqueles que possuem mais de 70% de cacau em sua composição.
Diferentemente do que se pensa, o cacau é um fruto amargo, não doce: o chocolate se torna doce com a adição de açúcar e leite.
Assim, por possuir grande quantidade de cacau e pouca quantidade de açúcar, o chocolate amargo, como o nome também sugere, é menos doce.
Além disso, o cacau utilizado na fabricação de chocolate amargo é torrado de forma diferente para que o amargor esteja mais presente no produto.
Em seguida, conheceremos o chocolate “saudável”.
Uma vez que possui pouca – ou nenhuma – quantidade de açúcar, o chocolate amargo é o mais benéfico à saúde.
Isso ocorre em virtude do alto teor de cacau, um alimento rico em substâncias antioxidantes e anti-inflamatórias.
Ele contém minerais como cobre, ferro, zinco e magnésio, por exemplo, e, em menor quantidade, selênio e potássio.
Por conseguinte, o consumo moderado do chocolate amargo auxilia na redução do estresse e do risco de doenças crônicas, além de melhorar a saúde cardiovascular.
Temos, também, os chocolates premium que, conforme sua origem, resgatam o sabor e a pureza do verdadeiro chocolate.
Atualmente, os consumidores estão buscando cada vez mais um produto de alta qualidade, normalmente feito com grãos de origem única – sem misturar de diversas regiões.
Nesse sentido, o chocolate premium não precisa de adição de conservantes, aromatizantes artificiais, gorduras ou ingredientes que inibam seu verdadeiro sabor e aroma.
Da mesma forma, também não precisa de excesso de açúcar.
Além disso, o chocolate premium costuma ser envolto por uma embalagem mais elaborada, que o diferencia dos demais.
O chocolate artesanal assim se caracteriza quando é feito de formas mais naturais e em menores quantidade.
Assim como se observou um aumento das cervejas artesanais, que possuem uma fórmula única, criada pelo mestre cervejeiro em pequena escala, existe o chocolate artesanal.
A respeito desse segundo, destacamos alguns pontos sobre a sua produção:
Uma vez que esse processo produtivo é mais exclusivo e manual, esses chocolates costumam ser naturais e de maior qualidade, tornando-se mais caros.
Por fim, há que se falar no queridinho chocolate sustentável antes de olharmos para os dados da importação do produto.
A sustentabilidade é uma questão cada vez mais relevante para os consumidores, sobretudo entre as gerações mais jovens.
Dessa forma, a procura está cada vez maior por marcas que prezam por salários justos, condições de trabalho éticas e pouco impacto no meio ambiente.
Só para ilustrar, alguns dos termos utilizados em embalagens para indiciar um chocolate sustentável são:
Vamos trazer abaixo, os principais indicadores da importação e exportação de chocolate de janeiro a maio de 2023.
Foram +US$63 milhões importados em valor FOB, representando +8 mil toneladas de chocolate e 8 milhões em quantidade estatística.
Enfim, os principais modais utilizados para transportar o chocolate importado são principalmente o marítimo e o aéreo:
De janeiro a maio de 2023, o Brasil exportou US$ 68,91 milhões só de chocolate — um aumento de 21% comparado com o ano passado — representando uma participação total de 0,05% nas exportações brasileiras.
Foram +16 mil toneladas de chocolate exportados pelo Brasil, 20% a mais que o mesmo período de 2022.
Sendo que o preço de exportação (US$ FOB/kg) foi de 4,06, representando mais um aumento em contraste com o ano passado.
Em relação aos estados exportadores, São Paulo lidera, seguido por Minas Gerais, Paraná, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.
Enquanto que os países de destino das exportações brasileiras de chocolate estão concentrados principalmente aqui na América do Sul: Argentina, Bolívia, Paraguai e Chile. Porém, também exportamos para países da América do Norte (EUA) e do Oriente Médio (Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Jordânia, Kuwait, Catar, Iêmen e Omã).
Sendo que a NCM mais exportada é a 18.069.000 – Outros chocolates e preparações alimentícias contendo cacau.
Por fim, os principais modais de transporte da exportação de chocolate são a marítima e a rodoviária (mais barata e relevante para a exportação para nossos parceiros da América do Sul).