Neste dia do trigo, confira dados da importação e exportação de trigo

Dia do trigo: quais são os dados de importação e exportação?

A importação de trigo no Brasil nos primeiros nove meses de 2023 apresentou uma transformação notável. Este cenário da indústria brasileira está sendo sem dúvida moldado por fatores logísticos, bem como pelas consideráveis oscilações no mercado global. 

Pensando nisso, neste dia do trigo, trouxemos uma análise completa do cereal, incluindo tendências, produção nacional e internacional, projeções para a próxima safra, informações sobre a importação e exportação e muito mais. Acompanhe o texto na íntegra para conferir. 

Cenário da importação e exportação brasileira de trigo 

Entre janeiro e setembro de 2023, notou-se uma queda de 68% no valor FOB da importação de trigo em comparação com o mesmo período de 2022. Declínio que é acompanhado por uma redução de 75% no peso total importado. O que indica uma possível redução na demanda ou uma mudança nas fontes de fornecimento. 

Enquanto isso, a exportação de trigo apresentou um aumento de 51% no valor FOB em relação a 2022. Apesar disso, o peso total importado teve crescimento menor, apenas 18%. Esse aumento desproporcional indica uma valorização do grão no mercado global, resultando em um aumento no valor unitário do produto exportado.

Além dessas tendências, questões logísticas em portos como o de Rio Grande estão exercendo pressão significativa sobre as exportações, levando os moinhos do Sudeste a buscar alternativas na região Sul. Esses fatores combinados delineiam um cenário complexo e desafiador para o comércio de trigo no período analisado.

Projeções

Com aproximadamente 40% das lavouras de trigo já colhidas, observa-se um aumento significativo de 12,1% na área cultivada. Entretanto, há uma redução preocupante de 11,6% na produtividade em comparação a 2022. Essa conjuntura resultou em um reajuste por parte da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) nas estimativas de estoque de passagem do cereal de 11,19 bilhões de toneladas para 957,7 mil toneladas.

Além disso, as condições climáticas adversas registradas nos principais estados produtores desempenharam um papel crucial nesses números. Estados como o Rio Grande do Sul e Santa Catarina enfrentaram períodos com chuvas excessivas, propiciando o surgimento de doenças associadas à alta umidade. 

Enquanto isso, o Paraná experimentou um clima mais quente, acelerando o ciclo de crescimento, porém com dificuldades singulares para a colheita. Tais fatores combinados delineiam um quadro desafiador para os agricultores, exigindo adaptação e estratégias inovadoras para enfrentar as mudanças climáticas e garantir uma produção estável e sustentável.

Exportações globais de trigo

O trigo possui um amplo mercado de negociação no mundo, até mesmo por conta do destaque de produção dos grãos que muitos países possuem. Porém, o mercado global do cereal está passando por mudanças significativas, com repercussões diretas no Brasil. 

Nos Estados Unidos (atualmente o 4º colocado no ranking dos maiores produtores de trigo do mundo) os desafios na colheita são exacerbados pela concorrência dos preços russos e pelas restrições de exportação da União Europeia. Enquanto isso, Canadá e Rússia (3º colocada) emergem como protagonistas essenciais. 

Independentemente disso, a China segue liderando como o maior produtor de trigo do mundo (com safra de 134 milhões de toneladas). Seguida pela Índia (que produz 98 milhões de toneladas). Outro país que compõe o top 5 mundial é a França, (produzindo 36 milhões de toneladas).

Leia também: Confira dados de exportação das principais commodities do Brasil

Qual é o maior produtor de trigo no Brasil?

O Brasil ainda não é autossuficiente em relação à produção de trigo para consumo interno. Por isso, é preciso importar o grão para sanar a demanda nacional. Entretanto, alguns estados brasileiros já se destacam no cultivo do cereal.

O maior produtor de trigo do Brasil é o Rio Grande do Sul, que ano passado teve uma produção superior a 5,7 milhões de toneladas. Logo na sequência, o destaque no cultivo fica com o Paraná, produzindo 4 milhões de toneladas. Juntos, apenas esses dois estados brasileiros, representam quase 90% de todo trigo produzido dentro do país.

Quanto o Brasil produz de trigo? 

Em 2022, o Brasil produziu 9,5 milhões de toneladas de trigo. E ainda, que, como vimos, produção nacional não seja suficiente para a demanda interna, pesquisadores creem que isso pode mudar a médio prazo. O Chefe-geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski, por exemplo, avaliou que o país, em menos de 10 anos, poderá produzir todo o trigo que precisa. 

Para ele, alguns dos fundamentos para essa conquista são o aumento de áreas de cultivo e o melhoramento genético de cultivares, combinado com o manejo artesanal para aumentar a rentabilidade na produção. Sua previsão é de que até 2030 o Brasil produza mais de 20 milhões de toneladas de trigo, tendo o suficiente para consumo — podendo exportar o excedente do grão. 

Dados da importação de trigo 

Através da nossa plataforma separamos a distribuição dos dados da importação de trigo brasileira de janeiro a setembro de 2023. Para obter os resultados que apresentaremos a seguir, analisamos as principais NCMs envolvidas no processo, que são:

  • 1103.11.00 — Grumos e sêmolas, de trigo
  • 2302.30.90 — Sêmeas e outros resíduos, de trigo
  • 1904.30.00 — Trigo bulgur

Nos primeiros 9 meses de 2022, o Brasil importou mais de US$ 10 milhões do grão. Em relação à quantidade em peso importada pelo Brasil no período, o valor ultrapassou a marca dos 13 mil toneladas. Falando de números gerais da importação de trigo, foram 124 operações estimadas, a um frete médio de 707k e um seguro superior a 2k. Já a quantidade estatística representou mais de 13 milhões.

Países de origem da importação de trigo

O principal fornecedor da importação de trigo do Brasil é a Argentina, de onde vêm 92% do grão adquirido no exterior, com um peso médio superior a 12 mil toneladas. Com representatividade muito inferior surge no ranking de fornecedores também a Itália, a Bélgica e, por fim, a Polônia.

Modais de transporte da importação de trigo

Como o Brasil importa trigo principalmente da Argentina, o principal modal de transporte utilizado é o rodoviário — representando 90%. Isto pode se dever também ao custo deste modal, que é o mais barato entre os disponíveis para transportar os grãos de terras argentinas para o território brasileiro.

Principais estados importadores de trigo

Ainda que o Paraná de fato seja o maior produtor de trigo do Brasil, ele não é o maior importador — perdendo apenas para São Paulo. Em terceira posição surge outro estado sulista: o Rio Grande do Sul. Atrás dele, vem Minas Gerais, Goiás, Bahia, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rondônia.

Principais unidades de desembaraço

Em relação às unidades de desembaraço sim o Paraná lidera, com a alfândega de Foz do Iguaçu. Em seguida, aparecem as alfândegas de Dionísio Cerqueira e de Uruguaiana. Logo após, figuram no ranking também a IRF de porto Xavier, o porto do Rio de Janeiro, a alfândega de Salvador, o porto de São Francisco do Sul, a IRF de Suape e Itajaí.

Dados da exportação de trigo 

Assim como na importação, o mesmo foi feito para a exportação de trigo: compilamos para vocês os principais dados compreendendo os meses de janeiro a setembro de 2023. Lembrando que, para realizar a análise em nossa plataforma, consideramos as seguintes NCMs:

  • 10081090 — Trigo mourisco, exceto para semeadura
  • 10011900 — Trigo duro, para semeadura
  • 11031100 — Grumos e sêmolas, de trigo
  • 23023010 — Farelo de trigo
  • 19043000 — Trigo bulgur
  • 23023090 — Sêmeas e outros resíduos, de trigo
  • 10081090 — Trigo duro, exceto para semeadura
  • 10081010 — Trigo mourisco para semeadura.

Em relação ao volume total de trigo exportado no período, o valor FOB ultrapassou os U$S 3 milhões. Além disso, nos primeiros 9 meses de 2023, o peso total exportado do grão foi de mais de 4,2 mil toneladas. 

Principais compradores do trigo brasileiro

Quando falamos de países de destino da exportação de trigo brasileiro, nosso maior comprador é disparado o Japão — que, sozinho, importou nada menos do que 3 mil toneladas do produto. Outros dos nossos principais compradores são a Angola, o Paraguai, os EUA, o Uruguai, Portugal, a Holanda, o Peru e a Espanha.

Principais estados exportadores de trigo

No Brasil, o estado que mais exportou trigo entre janeiro e setembro de 2023 foi o Paraná. Na sequência, surgem no ranking os demais estados sulistas: Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Além de São Paulo, Goiás, Acre e Minas Gerais, seguidos pelo Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia.

Principais unidades de desembaraço da exportação de trigo

No top 10 das unidades de desembaraço mais relevantes para a exportação de trigo brasileiro, o destaque também fica no sul: o porto de Paranaguá. Em seguida vem o porto de Santos, Itajaí, a alfândega de Foz do Iguaçu, Bagé e o Porto de São Francisco. Bem como Assis Brasil, o porto do Rio de Janeiro e o de Itaguaí.

Modais de transporte da exportação brasileira de trigo

Como nosso principal comprador está na Ásia, faz sentido que o modal mais utilizado para o transporte do trigo exportado seja o marítimo — com representatividade que ultrapassa os 91%. Em seguida, surgem como alternativas os modais rodoviário (com modestos 8,52%) e o aéreo (com ínfimos 0,008%).

Modais de transporte da exportação brasileira de trigo

Como nosso principal comprador está na Ásia, faz sentido que o modal mais utilizado para o transporte do trigo exportado seja o marítimo — com representatividade que ultrapassa os 91%. Em seguida, surgem como alternativas os modais rodoviário (com modestos 8,52%) e o aéreo (com ínfimos 0,008%).

Leia também: Dia do milho: estatísticas da importação e exportação

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