Você conhece o cenário da importação e exportação de chocolate no Brasil?
Talvez você tenha percebido nas gôndolas dos supermercados, talvez não, mas fato é que o preço médio do chocolate está maior em 2024.
Conforme dados da Horus, os preços registrados em fevereiro deste ano variaram de 1,8% (ovos de Páscoa) a 11% (barras tradicionais) a mais que em 2023.
Fonte: Freepik (Reprodução)
Um dos principais motivos para esse aumento, como veremos posteriormente, é a diminuição da oferta do cacau, devido à redução da produção mundial.
Hoje, abordaremos os impactos da produção nos preços praticados no mundo todo, bem como veremos alguns dados da importação e exportação de chocolate no Brasil.
Importação
Antes de tudo, vamos olhar para as importações brasileiras de chocolate e de cacau.
Separamos as duas principais categorias do Comex Vis, portal do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviço.
Em 2023, o Brasil importou 35 mil toneladas de “cacau em pó, manteiga ou pasta de cacau”, a um valor de US$ 99 milhões.
Nossos principais fornecedores foram Indonésia (21%), Costa do Marfim (15%), Países Baixos (12%), Uruguai (11%) e Malásia (10%).
Por outro lado, da categoria “chocolate e outras preparações alimentícias contendo cacau”, que representam maior grau de industrialização, importamos 19 mil toneladas em 2023.
Aqui, nossos principais fornecedores foram Argentina (29%), Suíça (15%), Alemanha (13%), Bélgica (8,3%) e Índia (7,8%).
Exportação
E, seguindo com os dados de importação e exportação de chocolate no Brasil, olharemos para as exportações de nosso país.
Da matéria-prima em seu estado mais natural, “cacau em pó, manteiga ou pasta de cacau”, o Brasil exportou 47 mil toneladas em 2023.
Aqui, os principais destinos do produto foram Argentina (53%), Estados Unidos (19%), Chile (12%), Holanda (4%) e Canadá (3,4%).
Em contrapartida, nosso país exportou 41 mil toneladas da categoria “chocolate e outras preparações alimentícias contendo cacau” no mesmo ano, representando US$ 167 milhões.
Os principais destino, a saber, foram similares: Argentina (29%), Estados Unidos (12%), Chile (10%), Uruguai (9,4% e Paraguai (8,2%).
Ademais, destacamos que em 2023 o Brasil recebeu o certificado “país com cacau 100% fino e de aroma” pelo segundo ano consecutivo.
Tal certificado é emitido exclusivamente pela Organização Internacional do Cacau (ICCO, na sigla em inglês), órgão de referência na produção e consumo do chocolate (CNN Brasil).
Oportunidades de negócios
Em seguida, vamos conferir algumas das oportunidades de negócios a serem aproveitadas a partir da importação e exportação de chocolate.
Só para ilustrar o tamanho deste mercado, nosso país é o segundo maior consumidor de ovos de Páscoa no mundo.
São mais de 60 milhões de unidades do produto consumidas nesse período e os números vêm aumentando ano após ano (JC Negócios).
De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Balas (Abicab), a produção de chocolate aumentou 6% de 2022 para 2023.
Foram 805 mil toneladas produzidas em 2023, contra 760 mil em 2022.
Ademais, o consumo médio per capita também aumentou, saindo de 3,6 quilos anuais em 2022 para 3,9 quilos em 2023 (CNN Brasil).
Um dos motivos apontados a esse aumento é a variedade de opções ofertadas ao consumidor e a distribuição facilitada em todo território nacional.
Juntos, tais fatores conseguem atingir um número maior e mais variado de consumidores, evidenciando grandes oportunidades de negócios aos nossos importadores e exportadores.
Dados sobre o mercado de chocolates
Logo após, vamos conferir algumas informações e dados importantes sobre o mercado de chocolates.
Como vimos anteriormente, apesar do grande mercado consumidor brasileiro, o preço médio do quilo do produto está maior em 2024.
A alta acumulada na comparação anual dos preços é de 26,8% e o preço praticado observado em Nova York é o maior desde 1977.
Ou seja, os aumentos não foram percebidos apenas no mercado brasileiro.
E o principal problema apontado pelos analistas de mercado é a queda na produção dos maiores exportadores de cacau: Costa do Marfim e Gana.
Ambos os países, localizados na África, receberam um menor volume de chuva em chuvas plantações neste ano, consequência do fenômeno climático conhecido como El Niño.
Dessa forma, temos, de um lado, a diminuição da oferta e a manutenção da demanda, o que eleva os preços internacionais (JC Negócios).
Fazendo um paralelo com os dados que vimos sobre o mercado brasileiro, observamos que tais países não são nossos principais fornecedores de chocolate.
Isso acontece porque, muitas vezes, o material produzido nos países africanos passa por um processo de industrialização, principalmente na Europa, até chegar em nossas prateleiras.
Outrossim, o mercado tem demonstrado maior preocupação com questões relativas à sustentabilidade, como melhores condições de trabalho e práticas agrícolas menos agressivas ao ambiente.
Tais preocupações podem ter contribuído para o aumento dos preços, pois provocam custos adicionais de produção (O Globo).
Principais países importadores e exportadores de chocolate
Por fim, vamos conferir os países com maior participação na importação e exportação de chocolate.
Só para exemplificar o observado anteriormente, mais de 70% de todo o cacau produzido mundialmente é oriundo da África, sobretudo Gosta do Marfim e Gana.
Uma vez que tais países detenham grande parcela da produção, é natural que uma queda em sua oferta provoque um aumento de preços observado internacionalmente.
Em contrapartida, os principais países importadores do doce – em análise per capita – estão localizados na Europa, posição que perdura há mais de 100 anos.
Fonte: Freepik (Reprodução)
Em 2023, a saber, a estimativa era que 45% de toda a demanda mundial viria do velho continente (Logcomex).
Falando individualmente de cada um dos países, os principais consumidores são: Suíça, Áustria, Estônia, Irlanda, Alemanha, Reino Unidos e Noruega.
Aqui, fazemos uma observação: se olharmos as importações totais, esses países não representação parcela muito expressiva.
Contudo, ao analisarmos a população total desses países consumidores, ressaltamos a importância que eles possuem no mercado mundial da commodity.
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