Importação de carros elétricos dispara 107,7% em 2024

As importações de veículos híbridos e elétricos encerraram o ano de 2024 com um valor total (FOB) de US$ 4,5 bilhões, o que representa uma alta de 85,2% em relação ao ano anterior, mostram dados da Logcomex. Considerando os modelos puramente elétricos, o avanço chegou a 107,7% na mesma comparação.

Enquanto as compras de carros movidos exclusivamente a bateria (NCM 8703.80.00) somaram US$ 767,1 milhões em 2023, o montante alcançou US$ 1,6 bilhão em 2024.

Considerando os modelos híbridos - que funcionam simultaneamente com motores elétricos e a combustão -, sejam plug-ins ou não (NCMs 8703.40.00 a 8703.70.00), o valor total importado pelo Brasil no ano passado foi de US$ 2,9 bilhões, alta de 74,7% ante 2023.

Os carros híbridos e elétricos foram os principais responsáveis pelo aumento nas importações do setor automotivo pelo Brasil. Considerando todas as categorias de automóveis de passageiros (SH4 8703), a alta foi de 43,2% (US$ 8,3 bilhões, ante US$ 5,8 bilhões).

A China concentra a maior parte das vendas de veículos híbridos e elétricos para o Brasil. Em 2024, as importações de modelos chineses somaram US$ 3 bilhões, o que representa 67,9% do total e um crescimento de 186% em relação a 2023.

A entrada crescente dos produtos no Brasil tem gerado críticas por parte de montadoras com produção local.

No fim de 2023, de modo a proteger a indústria automotiva nacional, o governo anunciou a retomada e o aumento gradual do imposto de importação sobre automóveis híbridos e elétricos.

A partir de janeiro de 2024, passou a incidir alíquota de 10% sobre carros 100% elétricos, 12% sobre híbridos plug-in e 15% sobre os demais híbridos. A partir de julho, a tributação subiu para 18%, 20% e 25%, respectivamente. 

Em julho de 2025, o imposto salta para 25%, 28% e 30%, e em julho de 2026 vai a 35% para as três categorias.

As fabricantes locais, no entanto, querem que o governo federal antecipe o aumento das alíquotas, seguindo uma tendência global. 

No fim de outubro, a União Europeia, por exemplo, anunciou a elevação da tarifa sobre a importação de carros elétricos chineses para até 45,3%, enquanto mercados como os Estados Unidos e o Canadá já praticam taxação de 100% sobre os itens.