No dia 25 de maio, celebra-se o Dia da Indústria, data de extrema importância para a economia do país. O comércio internacional desempenha um papel fundamental na expansão e crescimento das indústrias ao redor do mundo e no Brasil não é diferente.
De fato, por meio das trocas comerciais entre os países, as indústrias têm a oportunidade de alcançar novos mercados, acessar recursos e matérias-primas. Além de estabelecer parcerias estratégicas.
Além disso, o comércio internacional possibilita o intercâmbio de bens, serviços e conhecimentos, impulsionando a inovação e o desenvolvimento tecnológico.
Portanto, ao promover a cooperação entre países, o comércio exterior contribui para o fortalecimento das economias e a criação de empregos.
Neste Dia da Indústria, é importante reconhecer e valorizar a interdependência entre as nações no contexto do comércio. Bem como buscar soluções para os desafios e oportunidades que o mercado global apresenta.
Afinal, através do comércio internacional, a indústria pode alcançar novos patamares de crescimento e sucesso. Impulsionando, assim, não apenas o setor industrial, mas toda a economia global.
A importância da indústria para o Brasil se evidencia pela Pesquisa Perfil da Indústria Brasileira, conduzida pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). Com representação de 23,9% do PIB nacional, a indústria se destaca ao responder por 69,3% das exportações brasileiras de bens e serviços. 66,4% do investimento empresarial em pesquisa e desenvolvimento. 34,4% da arrecadação de tributos federais e 27,2% da arrecadação previdenciária.
Nesse contexto, evidencia-se o impacto econômico da indústria ao gerar um valor expressivo na economia brasileira. De fato, neste segmento, a cada R$ 1,00 produzido na indústria, são gerados R$ 2,44 para a economia. Enquanto outros setores apresentam valores menores, como R$ 1,72 na agropecuária e no R$ 1,48 comércio e serviços.
A indústria desempenha um papel crucial na geração de empregos, com cerca de 10,3 milhões de trabalhadores e representando 21,2% do emprego formal no Brasil.
Destaca-se, ainda, que a indústria oferece salários atraentes. Representando uma média de R$ 7.984 para os trabalhadores com ensino superior completo, superando a média nacional de R$ 6.205.
No caso dos trabalhadores com ensino médio completo, o salário médio na indústria é de R$ 2.550, em comparação com R$ 2.236 no Brasil.
A indústria brasileira tem enfrentado desafios significativos no âmbito do comércio internacional, perdendo participação no mercado doméstico em relação a outros países. De acordo com o estudo Coeficientes de Abertura Comercial (CAC), realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com a Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex), a indústria nacional registrou a maior perda de participação em 19 anos.
O destaque do estudo é o Coeficiente de Penetração das Importações, que mede a participação de bens importados no consumo aparente do Brasil. Ou seja, o que é produzido internamente, excluindo as exportações.
Em 2021, esse indicador atingiu a marca de 24,8%, representando um aumento de 1,4% em relação à análise anterior, de 2019.
Essa marca histórica durante o período da pandemia reflete os desafios enfrentados pela indústria brasileira no contexto internacional.
Diante desse cenário, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) tem buscado implementar ações para fortalecer o setor industrial e reverter esse quadro.
A pasta tem se dedicado à reestruturação e reativação de importantes instrumentos de gestão e governança. Como, por exemplo, a recriação do próprio Ministério e a reativação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).
Além disso, a Câmara de Comércio Exterior (Camex) passou por um processo de reestruturação. Além disso, a Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex) foi novamente vinculada ao MDIC.
Acompanhar as ações do MDIC nesse contexto é fundamental para compreender as estratégias adotadas para enfrentar os desafios do comércio internacional e fortalecer a indústria brasileira.
O Brasil busca recuperar sua posição de destaque no cenário global, e todas as medidas tomadas têm como objetivo principal alcançar esse objetivo.
O mercado LATAM tem se tornado cada vez mais relevante para o comércio exterior brasileiro, conforme indicam os dados das balanças comerciais nos últimos anos.
Um exemplo concreto dessa importância pode ser observado no segmento de exportações. Em 2022, o Brasil exportou um volume total de US$ 43,9 bilhões para a América do Sul, representando um crescimento de 16,7% em relação ao ano anterior.
A Argentina, que é nosso principal parceiro comercial na região, recebeu US$ 15,3 bilhões em produtos brasileiros.
Além disso, outros países da América Latina, como o México, também têm se destacado como destinos relevantes para as exportações brasileiras.
No entanto, essa relação comercial bilateral também exige das empresas a adaptação a diferentes regulamentos aduaneiros e o entendimento dos processos e tecnologias necessárias para operar nesses mercados.
Diante desse cenário, é essencial que as empresas busquem soluções inovadoras e tecnológicas para otimizar sua integração com os países da América Latina.
No que diz respeito às exportações da indústria de transformação, a tendência de concentração nos setores tradicionais se manteve. Especialmente na produção de bens de consumo não duráveis e semiduráveis, com destaque para a indústria de alimentos.
Embora tenha havido um crescimento nas exportações em 2022, os setores de bens de consumo duráveis e bens de capital não conseguiram acompanhar o ritmo de crescimento dos setores de bens tradicionais e bens intermediários.
Essa constatação reforça a importância contínua desses setores tradicionais na pauta de exportação da indústria brasileira de transformação.
Além das commodities, o Brasil busca explorar novas oportunidades e ir além do modelo tradicional. A sustentabilidade se torna uma prioridade, com a necessidade de atuação conjunta entre os setores público e privado.
Neste cenário, é importante desenvolver a cadeia de valor, envolvendo aspectos interministeriais, educação, ciência e o fomento a cadeias produtivas sustentáveis.
Nesse sentido, o país aposta no mercado de hidrogênio verde, aproveitando sua capacidade de produção de energia renovável.
Projetos como o hub de exportação de hidrogênio no Porto de Pecém e a transformação da Refinaria de Pecém em uma refinaria de biocombustíveis visam atrair investimentos e reduzir a pegada de carbono.
Além disso, a regulamentação do mercado de carbono é uma das medidas para garantir a competitividade nessa nova realidade.
Sendo assim, o Brasil tem a oportunidade de ganhar destaque ou perder competitividade nesse contexto.
O Brasil está finalmente retomando seu papel como um player internacional relevante, o que trará impactos positivos para a indústria e o comércio global.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) está desempenhando um papel fundamental no apoio às missões internacionais nesse sentido.
Recentemente, o Brasil fortaleceu sua cooperação industrial, economia digital e facilitação do comércio por meio de acordos significativos com seu principal parceiro comercial, a China.
Além disso, o país assumiu uma posição de liderança nas negociações para o acordo Mercosul-União Europeia. Enquanto também busca estabelecer acordos bilaterais com nações como Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Alemanha e Reino Unido.
Essas iniciativas demonstram o ressurgimento da indústria brasileira como agente de destaque no cenário global. De forma a de fato gerar oportunidades promissoras para o crescimento econômico e o fortalecimento das relações comerciais internacionais.
O Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, criado em 2004, retoma suas atividades após um período de sete anos de inatividade.
Agora, sob a liderança do MDIC e ligado à Presidência da República, o Conselho tem como missão discutir e formular uma política industrial inovadora, sustentável, competitiva e socialmente responsável para o Brasil.
Sua atuação abrangerá diversas áreas estratégicas, como, por exemplo, o aumento da produtividade e competitividade da indústria nacional. Bem como o desenvolvimento da economia verde e a adoção de estratégias de descarbonização nos setores produtivos do país. E, enfim, o fortalecimento das micro e pequenas empresas industriais e a promoção da transformação digital do parque industrial brasileiro.
Além disso, o Conselho buscará construir consensos, estabelecer prioridades e articular a implementação de políticas públicas transversais. Incluindo as áreas ambiental e social, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento sustentável e promover a prosperidade econômica do país.
Um novo decreto promulgado recentemente trouxe uma reestruturação abrangente para a Câmara de Comércio Exterior (Camex), que agora faz parte da Presidência da República.
A liderança da Camex está a cargo do vice-presidente, juntamente com a participação dos ministros da Casa Civil, MDIC, Relações Exteriores, Fazenda, Agricultura e Pecuária, Planejamento e Orçamento, Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Defesa, Minas e Energia, além do Ministério do Desenvolvimento Agrário, que foi recentemente incluído.
Essa reestruturação foi concluída em um período de dois meses, e abordou uma série de 126 demandas acumuladas. Incluindo 79 relacionadas ao desabastecimento e 47 relacionadas à Lista de Exceções à Tarifa Externa Comum (LETEC).
O objetivo principal dessa reestruturação é fortalecer a governança na formulação, adoção, implementação e coordenação de políticas e atividades relacionadas ao comércio exterior. Bem como fomentar os investimentos estrangeiros diretos, investimentos brasileiros no exterior e financiamento às exportações.
Em outras palavras, a Camex busca impulsionar a produtividade da economia brasileira e a competitividade internacional do país.
Com o objetivo de fortalecer a atuação do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE), está em curso uma reestruturação que visa ampliar a participação de diversos atores nesse importante órgão.
Essa iniciativa é motivada pela recente reorganização dos órgãos ligados à Presidência da República e aos Ministérios.
O CZPE desempenha um papel fundamental como instância deliberativa responsável por aprovar a criação de Zonas de Processamento de Exportação (ZPEs) e os projetos produtivos associados a elas.
Essa reestruturação tem como objetivo garantir maior segurança jurídica e transparência nos processos, fortalecendo a política pública relacionada às ZPEs.
Durante a primeira reunião da nova gestão governamental, o Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) implementou medidas ousadas em relação às alíquotas de importação para pneus de carga e resinas plásticas.
Em 16/03, foi decidida uma redução significativa da tarifa de importação de pneus de carga para apenas 5%, com o intuito de estimular o mercado e aumentar a competitividade no setor.
Além disso, houve uma substancial diminuição das alíquotas das resinas plásticas, com valores de 6% para copolímeros de etileno, 7% para copolímeros de propileno, 7% para PVC obtido por processo de suspensão e 5% para Politereftalato de etileno (PET).
Essas medidas inovadoras têm como objetivo impulsionar a indústria nacional, promovendo maior flexibilidade no comércio internacional e estimulando a produção local.
Essa mudança estratégica representa um compromisso renovado com o crescimento sustentável, garantindo a preservação de empregos e o desenvolvimento econômico do país.
A Comissão de Comércio Internacional dos Estados Unidos revogou a tarifa antidumping aplicada às exportações brasileiras de chapas de aço de carbono, após uma revisão do processo que concluiu que não causaria prejuízos à indústria norte-americana.
Essa revogação representa uma conquista para as relações comerciais entre Brasil e EUA, facilitando o comércio bilateral e fortalecendo os laços econômicos.
É crucial manter parcerias estratégicas, garantir a qualidade dos produtos exportados e promover o comércio justo. Nesse sentido, essa decisão ressalta a capacidade do Brasil em cumprir normas comerciais, estimulando o crescimento econômico e a prosperidade mútua.
Essa medida promove um ambiente favorável para o comércio internacional, impulsionando o crescimento econômico, a geração de empregos e a confiança nas relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
O MDIC simplificou a emissão de Certificados de Origem para exportação de frango ao Reino Unido, com custo zero para os exportadores. Além disso, os documentos serão emitidos de forma digital, proporcionando maior agilidade.
Em breve, a mesma medida será aplicada aos exportadores de frango para a União Europeia. Essa iniciativa visa facilitar o acesso aos mercados externos e reduzir as tarifas de importação para esses destinos.
As importações desempenham um papel fundamental na indústria, especialmente no fornecimento de insumos industriais.
O aumento do Coeficiente de Insumos Industriais Importados reflete a crescente participação desses insumos na indústria de transformação brasileira.
No período de 2019 a 2021, esse indicador registrou um aumento significativo, passando de 22,7% para 24,3%, representando um acréscimo de 1,6%, segundo dados do Centro de Informação Metal Mecânica (CIMM).
Esse aumento na participação dos insumos importados é um reflexo da necessidade da indústria em acessar recursos e materiais de qualidade, competitivos e diversificados no mercado global.
A importação de insumos industriais oferece às empresas brasileiras a oportunidade de obter produtos especializados, tecnologicamente avançados e de alto desempenho. Que podem, aliás, impulsionar a produtividade, a inovação e a competitividade.
A participação do mercado externo na indústria brasileira permanece estável, com o Coeficiente de Exportação sofrendo poucas alterações nos últimos dois anos.
Embora tenha havido um leve aumento de 18,5% em 2019 para 18,6% em 2021, é importante ressaltar que alguns setores registraram um crescimento significativo nas exportações.
Dos 23 setores avaliados, 14 apresentaram um aumento no coeficiente de exportações, destacando-se o setor de alimentos, que teve um crescimento expressivo de 5 pontos percentuais na produção destinada ao mercado externo, alcançando 28,3% em 2021.
Esses resultados reforçam a importância das exportações para impulsionar a economia e promover a competitividade global da indústria brasileira.
Assim, é fundamental continuar investindo em estratégias que fortaleçam a presença no mercado internacional, buscando a diversificação de mercados. Bem como a criação de produtos competitivos e a adoção de práticas sustentáveis.
Afinal, ao valorizar e expandir as exportações, a indústria brasileira poderá impulsionar seu crescimento, gerar empregos e contribuir para o desenvolvimento econômico do país.
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